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26/09/2008 - 07h10

O iPhone quebrou e a Apple diz que não é com ela. E agora?

LUIZ FUKUSHIRO | Para o UOL Tecnologia, do Japão
Reprodução

O melhor da Apple é o software, o hardware é bom e funciona, mas peca pela fragilidade —veja o histórico de problemas de cabos que a Apple já passou e ainda passa. Pois acho que a divindade de Steve Jobs resolveu se vingar de mim e fez com que eu sofresse com minha própria crítica.

No meio de uma viagem de ônibus, na parada de descanso em um posto, o iPhone, como que por vontade própria, pulou do bolso e caiu no chão. Obviamente essa não foi a primeira vez que isso aconteceu, desastrado que sou. Mas havia algo de novo ali: ele caiu com a tela virada para baixo em um chão de asfalto.

Parei alguns segundos e fiquei olhando o celular como se fosse um cadáver de alguém que se atirara de um prédio. Lentamente me aproximei do iPhone, abaixei-me e com cuidado tirei-o do chão. Ao virar e ver o que havia acontecido com a tela, devo ter ficado branco: a tela estava inteira rachada.

Nessas horas você já começa a pensar no que pode ser feito: se a tela funcionar, o iPhone ainda teria uma esperança. Mas espera, ele não tem botões, então a função touch tem que funcionar mesmo com a tela toda rachada. Bom, o celular ainda funcionava, inclusive a sensibilidade ao toque. De memória consegui fazer o iPod abrir e fui ouvindo música durante a viagem pensando no que fazer.

Por sorte, aquele ônibus me levaria a Tokyo, uma das cidades do Japão que possuem uma Apple Store. Na primeira chance que eu tive de usar a Internet, marquei um horário na Genius Bar —uma seção das lojas da Apple em que você tira dúvidas e busca soluções com pessoas que (em tese) são especialistas em produtos da empresa.

Chegando lá, o atendente viu, deu uma risada de canto e fez uma cara de "já era": a Apple não é responsável por consertos do iPhone causados por acidente. Mesmo que você tenha um Apple Protection Plan, danos causados por queda, água ou tentativa de abrir o aparelho não são cobertas pela garantia. A saída era checar na loja da operadora, a SoftBank.

Com muita má vontade, a atendente me disse que eu teria que pagar 70 mil ienes (quase 1,2 mil reais) para conseguir um novo, porque eles não tinham manutenção nem seguro para o iPhone (no Japão é normal as pessoas pagarem um seguro em caso de roubo, perda ou quebra, mas o iPhone é o único celular da SoftBank em que isso não é possível).

Na esperança de que aquilo era apenas uma atendente de mau-humor, liguei no call center da SoftBank, que tem a possibilidade de ser em inglês, uma esperança para um estrangeiro. Que nada. Ela só piorou a situação, dizendo que talvez eu nem poderia comprar outro, que eu teria que cancelar meu contrato e pagar uma multa para aí pensar em adquirir outro celular que não um iPhone, porque só era permitido um aparelho por pessoa.

Quase sentei e chorei. Como bom nerd, resolvi, então, voltar para a cidade em que moro e ler o contrato com muita calma, porque o que está escrito é o que vale. E assim veio a luz. Não eram letras pequenas, mas aqueles caracteres japoneses diziam que, em caso de dano, seriam três as possibilidades:

1. Defeito de fábrica em um prazo de 90 dias tem troca gratuita. O Apple Protection Plan aumenta isso para um ano.

2. Em caso de pequenos danos causados por acidentes, como riscos e danos à tela dentro de um certo período, você pode adquirir um aparelho novo por cerca de 30 mil ienes (500 reais).

3. Em caso de perda total, um aparelho novo sai pelos quase 1,2 mil reais supracitados.

Fui a uma loja da SofBank, com o contrato na mão. Segundo a simpática atendente que compensou a agressão da outra, o meu caso era o número dois, porque o celular ainda funcionava, mas a tela não. Paguei a quantia (empobreci) e saí com um iPhone novo da loja em quinze minutos.

Mas o que mais me assustou no contrato é que, em caso de perda ou roubo, se você não conseguir reaver o aparelho, não haveria a possibilidade de comprar outro, devido à política da Apple+SoftBank que só permite um aparelho por pessoa, talvez para evitar revenda.

Isso é algo a se pensar no caso brasileiro. Vale a pena perder umas horinhas e ler as letrinhas pequenas de português complicado no contrato, para não ter problemas posteriores. Ainda mais no Brasil, em que diariamente sabe-se lá quantos assaltos ocorrem. E talvez o Japão tenha a política mais rigorosa em relação ao iPhone —não consegui descobrir como funcionam as taxas nos Estados Unidos, mas eles permitem que você compre um novo iPhone em caso de roubo.

Enfim, se você é desastrado, compre um case para o iPhone antes mesmo de ir na loja da operadora adquirir seu aparelho. Quem não se lembra do primeiro iPhone quebrado em 2007, do cara que saiu da loja e derrubou o celular? Melhor prevenir do que ficar sofrendo depois.
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