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23/06/2009 - 07h00

Sistemas operacionais travam batalha para domínio nos netbooks: Google, Microsoft ou Linux?

CIBELE GONELLI | Para o UOL Tecnologia
Netbooks são, por definição, portáteis com menos de um quilo e com especificações simples, além de um preço de baixo custo, a partir de US$ 250. Logo, uma configuração pouco robusta dificilmente suportaria um sistema operacional como o novo Windows 7, anunciado para outubro pela Microsoft. Além de tomar quase todo o espaço disponível da memória, seus custos de licença elevariam o preço final para em torno de US$ 500 a US$ 600.

Você tem um netbook?

Atualmente, três opções dominam o mercado desses pequenos computadores: Windows XP, Ubuntu, e Xubuntu. No entanto, desde que a HP iniciou os testes com o sistema operacional apoiado pelo Google, o Android, para sua linha de netbooks, os concorrentes ficaram afoitos.

A escolha do Android no lugar de um sistema Windows faz sentido, já que a plataforma do Google é gratuita e pode rodar em processadores com arquitetura ARM, vendidos por várias produtoras e potencialmente mais baratos que os processadores da Intel. Como o Vista é pesado demais para o hardware enxuto dos netbooks, a Microsoft adaptou o antigo XP para atender a esta crescente demanda.

Números do IDC mostram que a adesão a netbooks no mundo está em 6% atualmente. Segundo Luciano Crippa, analista sênior do IDC, a aposta do instituto é que, até o fim do ano, as vendas no Brasil dobrem, sendo 2010 o ano desses pequenos laptops.

Em relação ao sistema operacional, o consultor de tecnologia Josemar de Andrade explica: "A Microsoft até tem uma versão do XP para netbooks, mas é uma solução emergencial." Fala-se em uma versão reduzida do novo Windows 7, chamada de Starter, com no máximo 1GB de memória, 250GB de disco ou menos e chip com velocidade limite de 2GHz, mas nesta semana, a Microsoft só anunciou a data de lançamento da versão completa do Windows 7, para 22 de outubro.

Android

A estreia do Android em netbooks, no entanto, tem potencial para causar grandes estragos aos planos da Microsoft. Ele deve conquistar a simpatia do usuário, mas ainda não existe nenhum netbook à venda no Brasil com esse sistema. Lá fora, protótipos e versões iniciais já são apresentadas. Já dá para ver como o Android ficaria no minilaptop da HP, o 2133. O sistema foi portado para o netbook HP pelo Institute for Information Industry, de Taiwan, rodando em um pen drive.

Antes, o Android já tinha aparecido em um minilaptop da Asus, mostrando uma alternativa para o Eee PC além do Linux Xandros e do Windows XP. Se o Android vai emplacar nos netbooks, ainda é cedo para dizer. "A maior qualidade do Android é que o usuário pode viver navegando na internet, em plena nuvem (cloud computing), com todas as facilidades e limitações que isso traz. Para quem usa a toda hora os aplicativos do Google, é uma ótima opção", ressalta o consultor Andrade.

O analista do Gartner Nick Jones avalia que certamente o Android irá fazer parte dos netbooks. "Acredito que muitos protótipos já estejam sendo desenvolvidos, como é o caso do mini tablet Nokia N800. O sistema operacional pode ser a melhor plataforma para os netbooks do que versões do Linux, como o Moblin, já que terá provavelmente um melhor portfólio de aplicações e muito mais apoio dos seus desenvolvedores. Isso já seria um grande diferencial", afirma.

Faltam compatibilidade e aplicativos para Android

Mas, Jones também destaca os desafios do novo sistema. "Evidentemente, não é só migrar para o Android. Será preciso também migrar todas as ferramentas e utilitários que um usuário poderia esperar em um netbook, como Open Office, media players, ferramentas de VoiP, entre outras. Isso pode significar que, a curto prazo, outras versões do Linux para netbooks levem vantagem. A partir dessa perspectiva, netbooks com o Windows XP têm uma clara vantagem já que uma gama muito ampla de aplicações já está disponível", explica o analista do Gartner.

Para Crippa, do IDC, hoje os internautas vivem o Google. "Ter um sistema operacional dessa empresa significa ganhar uma interação imensa de aplicações e ferramentas. Apesar de bom, o Linux não se popularizou entre os usuários domésticos. E, como o Android tem uma interface a seu favor, acredito que a adesão pode ser grande. Mas, ainda é um movimento muito inicial para tirar conclusões" , diz.

Futuro ainda é incerto

Embora os analistas digam ainda não ser claro se os consumidores adotarão com entusiasmo as novas máquinas ARM, o seu interesse foi despertado pela ênfase em eficiência energética, por preços que começam em R$ 200 e pela promessa de computação a qualquer lugar e a qualquer hora, em máquinas pequenas o bastante para caber em uma bolsa.

O que termina sacrificado é a familiaridade dos usuários com as interfaces convencionais dos computadores pessoais e seu imenso poder de processamento. Os netbooks Atom atuais, vendidos entre R$ 300 e R$ 400, servem principalmente para acesso à internet e para aplicativos que não requeiram recursos gráficos sofisticados. "Estamos bem no meio de uma imensa virada no mercado", disse Eric Openshaw, líder de tecnologia da Deloitte nos Estados Unidos.

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