Um dos principais objetivos da portabilidade numérica é estimular a concorrência entre as operadoras —o que traz a redução de custos de serviços e aparelhos para o usuário. No entanto, nem sempre a receita vinda da aquisição de novos clientes supera os gastos efetuados com a implementação do serviço.

Tire suas dúvidas sobre portabilidade numérica no Brasil

Na Europa, por exemplo, o índice de usuários que utilizam o benefício de mudar de operadora mantendo o número não passa de 1% ao ano. A média, segundo pesquisas, é de 5%. De acordo com especialistas, esse índice aumenta em nações onde a porcentagem de clientes pós-pago é maior.(Veja países com portabilidade)

A explicação para esse aumento está na receita média mensal por usuário (Arpu, em inglês): clientes pós-pagos gastam mais do que pré-pagos. Assim, trazer um usuário desse tipo para a operadora é muito mais vantajoso do que alguém que costuma colocar créditos a cada três meses.

Para se ter uma idéia, o Arpu médio das operadoras brasileiras é de R$ 27,3 e 81% dos usuários são de planos pré-pagos. Nos Estados Unidos, a receita média é de US$ 49,79 (R$ 80, aproximadamente) e com um mercado de mais ou menos 80% dos usuários pós-pago. O alto consumo explica as taxas de migração mantendo o número em 9% no país.

As projeções para o Brasil ainda não foram definidas. Segundo o analista Eduardo Tude, por conta da base composta, na maioria, por usuários de aparelhos pré-pagos, a migração não será expressiva. "Poucos usuários pagarão para migrar de operadora e as companhias tendem a subsidiar os custos apenas daqueles clientes que gastam mais", explica.

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