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CeBIT 2007
15/03/2007
Kaspersky propõe Interpol virtual para combater cibercrime
FRANCISCO MADUREIRA
Editor do UOL Tecnologia, em Hannover (Alemanha)
Uma rede mundial de ciberpoliciais que ajude autoridades nacionais a investigar crimes digitais e consiga agilizar a burocracia que existe atualmente para que informações sobre crackers e atividades ilegais na Web cruzem fronteiras. Esta é a proposta de Eugene Kaspersky, fundador do Kaspersky Labs e um dos maiores especialistas de segurança da informação do mundo.


"Meu sonho não é um sistema super seguro, até porque é impossível desenvolver um código 100% livre de falhas", disse Kaspersky durante conferência na Cebit 2007, maior feira de tecnologia do mundo, em Hannover (Alemanha).

Para ele, o Windows Vista, recém-lançado pela Microsoft e que embutiu novos recursos de segurança, não deixa o usuário realmente tranqüilo. As confirmações que o sistema exige até mesmo para tarefas simples acabam irritando o usuário, que pode passar simplesmente a clicar em "Sim" antes de ler os avisos. "Além disso, em um ano haverá tantos códigos maliciosos para o Vista como hoje existem para o XP", disse.

Sempre online
Segundo Kaspersky, o uso do computador mudou de alguns anos para cá, e muitos usuários ainda não se adaptaram a um mundo sempre conectado. "As pessoas são preguiçosas, não querem ter trabalho com segurança", afirmou. "Elas usam notebooks e smartphones em todos os lugares, dentro e fora de casa, e estão conectadas à Internet 100% do tempo." Para ele, estar sempre conectado exige outro tipo de comportamento dos usuários, prestando mais atenção à segurança.

"Acabei de passar por um anúncio que mostrava uma moça sentada em uma escada usando notebook. Será que ela é vítima de crackers brasileiros?", perguntou Kaspersky. Na terceira citação ao Brasil, não resisti e perguntei: somos mesmo os mais perigosos do mundo? "Não", respondeu o especialista. "Os crackers chineses e os russos são atualmente os que criam códigos mais complexos e difíceis de detectar", disse. "Os brasileiros não são tão bons de código, mas usam técnicas de engenharia social mais elaboradas."

Cavalo de Tróia estatal
Durante a conferência da Kaspersky, a empresa confirmou a existência de um plano do governo alemão de investir € 200 mil na contratação de crackers para a criação de um cavalo de Tróia estatal capaz de se instalar na máquina de usuários para investigar cibercrimes.

Magnus Kaljuhl, analista de vírus da Kaspersky, disse que a empresa não fará exceções para que seu antivírus deixasse de detectar software malicioso, ainda que produzido por representantes legais. A maior preocupação dos usuários é sobre a privacidade e o uso indevido do código malicioso estatal, apelidado de "Bundestrojaner".
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