! UOL Tecnologia

UOL TecnologiaUOL Tecnologia
UOL BUSCA
CeBIT 2007
16/03/2007
Mundo virtual ainda deixa a desejar em comércio eletrônico
FRANCISCO MADUREIRA
Editor do UOL Tecnologia, em Hannover (Alemanha)
É impossível não notar a área do estande da IBM na Cebit 2007 dedicada aos mundos virtuais. A empresa tem dois monitores LCD gigantescos que simulam seu estande na feira de Hannover e mostram aos visitantes como funciona o Second Life.


À primeira vista tudo parece fascinante. Um mundo virtual, paralelo ao real, onde é possível criar personagens (verdadeiros ou falsos, aí estão as redes sociais na Web para atestar) e navegar por cópias de lugares reais ou paisagens absolutamente novas. Isso sem falar na possibilidade de encontrar com algum dos outros 3,7 milhões de usuários do site espalhados pelo mundo.

Tudo ainda é muito incipiente no mundo paralelo criado pelo Second Life quando se trata do mundo dos negócios. Parece mais uma tentativa de posicionar a própria marca como "olha, estamos atentos às tendências da Web" do que algo que efetivamente funcione —com um risco adicional: se todo mundo que brinca de banco imobiliário no site decidir transformar o dinheiro virtual em verdadeiro, os donos vão à falência.

Durante a Cebit, a IBM demonstra a "loja virtual" (sim, entre aspas) desenvolvida para a cadeia de lojas norte-americana Sears. Após uma rápida busca, o avatar da representante da IBM foi "teletransportado" para a porta da loja, e após uma lenta caminhada até a porta virtual da loja virtual —lembra a série de jogos Myst, só que com gráficos da era do primeiro The Sims— ela alcança um hall virtual onde pode clicar em algum dos andares virtuais da Sears virtual.

Vamos então à área das cozinhas. Também virtuais. OK. "Aqui você pode experimentar o design dos produtos e ver se eles se adaptam à sua casa [virtual]", disse a representante da IBM. Mas e se eu quiser comprar aquele fogão (o real) ou aquela geladeira (a real também)? "Aí você precisa visitar o website", responde. Ora, depois a piada é de português.

Tudo bem, os gráficos podem até ser apenas representativos —o videogame Wii, que está vendendo mais que o PS3, é prova disso. Mas se o sistema não é capaz de substituir a sua primeira vida, que usa navegador, Internet e lojas eletrônicas reais e seguras, para que serve então?

Enquanto isso, transações bancárias no Second Life poderão ser interrompidas da mesma forma que entrevistas de imprensa —por órgãos genitais voadores. Ainda bem, virtuais.
CeBit 2007
Mapas
Álbuns