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21/07/2005 - 19h30 Biometria "do futuro" já é realidade no Brasil Bruno Aragaki Reportagem feita por sugestão de leitores; saiba mais Para entrar ou sair de casa, você vai colocar o dedo em um leitor digital, e a porta se abrirá. No caixa eletrônico, bastará olhar para o leitor de íris para que o dinheiro seja liberado. E, à noite, haverá no balcão do bar outro leitor de digitais para contar quanto você consumiu. No futuro? Não exatamente.
Antes, uma explicação básica: a biometria parte do princípio de que certos traços físicos (como voz, formato do rosto, íris e digital) e alguns traços comportamentais (a maneira de assinar é o mais comum) são exclusivos de cada pessoa. Isto é, o desenho da sua íris não é igual ao de mais ninguém, ou ainda, o timbre da sua voz é único. Leitores e sensores biométricos, ligados a softwares que reconhecem e comparam padrões, usam esses traços para identificar indivíduos. As aplicações dessas tecnologias, como se pode imaginar, são inúmeras (veja uma lista). "Em vez de milhares de senhas, você pode usar o dedo para acessar o computador", diz André Diamand, sócio-fundador da empresa Future Security. Segundo especialistas, a comodidade é um dos maiores atrativos da biometria, principalmente para o usuário doméstico. Um scanner de impressão digital ligado ao computador, ou um mouse equipado com um sensor desse tipo, pode eliminar o trabalho de digitar login e senha nas contas de e-mail e em tantas outras aplicações. Segurança A segurança é outro ponto forte da biometria. Como as características analisadas pelos dispositivos são únicas -e estão no corpo-, as possibilidades de fraudes são muito menores. Foi o que levou o Detran-SP a adotar identificação biométrica por impressão digital nas aulas teóricas, desde o dia 18 deste mês em todo Estado. Com a medida, o órgão pretende acabar com casos de auto-escolas que, segundo denúncias, venderiam a carteira de motorista e dispensariam os candidatos das aulas. "Além de certificar que o aluno freqüenta o curso, teremos como garantir que a carga horária está sendo cumprida. Os alunos terão que colocar o dedo no sensor na entrada e na saída das aulas", explica Rafael Rabinovici, o delegado diretor da divisão de habilitação do órgão. Segundo apurou a reportagem, durante a semana em que medida entrou em vigor, algumas escolas adiantavam o relógio dos computadores para driblar a rigidez do sistema*. "As falhas do sistema serão corrigidas na medida em que forem descobertas. Os ajustes necessários serão feitos", afirmou Rabinovici.
*Depois da publicação dessa matéria, no dia 27 de julho, o grupo Criar informou, através de sua assessoria de imprensa, que o seu programa de reconhecimento biométrico não permite adiantar o relógio do computador, já que o software compara o horário do computador local com o do servidor da empresa. | ||||