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Sem medo de fantasma, visite mortos ilustres com o Google Street View

Hélvio Romero/Estadão
Imagem: Hélvio Romero/Estadão

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/04/2016 06h00

Inaugurado em agosto de 1858, o cemitério da Consolação é o mais antigo em funcionamento da cidade de São Paulo. Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Washington Luís, Campos Sales, Tarsila do Amaral e Domitila de Castro, a marquesa de Santos, são alguns dos ilustres enterrados lá.

Que tal fazer um passeio pelo local? O tour pode ser feito pelo Google Street View, que também oferece outros conhecidos cemitérios espalhados pelo mundo.

Além dos túmulos dos ilustres, o cemitério da Consolação é um museu de arte com esculturas de Victor Brecheret, Antelo Del Debbio, Nicolina Vaz de Assis, Bruno Giorgi e Amedeo Zani, entre outros.

Mas antes de entrar nessa necrópole, temos que alertar sobre uma figura incomum vista no reflexo de algumas tumbas. O homem caminhando com uma mochila estranha não é um fantasma. Ele é o "trekker" do Google. Nos lugares onde um carro não pode registrar as imagens, uma pessoa caminha usando o equipamento de captura adaptado a uma mochila.

Para encontrar os sepulcros listados abaixo, coloque as coordenadas no endereço do Google Maps e jogue o bonequinho amarelo o mais próximo possível do ponto vermelho indicado. Se você não cair em frente ao jazigo, procure ao seu redor.

  • Reprodução

    Marquesa de Santos

    (rua 1, terreno 3) Coordenadas: -23.55053471548553, -46.65677477615208: "Doadora das terras deste cemitério", diz a placa no túmulo de Domitila de Castro Canto e Melo (1797-1867). Famosa pelo relacionamento amoroso com dom Pedro 1º, as fofocas e os escândalos da primeira parte de sua biografia ofuscam a sua outra face. Depois de largar a corte no Rio de Janeiro, ela se casou com o militar e político Rafael Tobias de Aguiar e se tornou benemérita da cidade de São Paulo, considerada quase como santa.

  • Reprodução

    Monteiro Lobato

    (quadra 25, terreno 2) Coordenadas: -23.55070582241494, -46.65583811552804: Criador do Sítio do Picapau Amarelo, José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) também escreveu para o público adulto e foi um crítico ferrenho dos modernistas, com quem, agora, divide ironicamente a eterna morada.

  • Reprodução

    Mário de Andrade

    (rua 17, terreno 1) Coordenadas: -23.55078362477862, -46.65605658702233: Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945) foi um dos fundadores do modernismo no Brasil e autor de "Macunaíma". Ele nasceu e morreu em São Paulo. Com Oswald de Andrade e outros intelectuais e artistas da época, realizou a Semana de Arte Moderna, em 1922.

  • Reprodução

    Oswald de Andrade

    (rua 17, terreno 17) Coordenadas: -23.55019078948144, -46.65642918788194: Outro grande nome do modernismo brasileiro, o escritor José Oswald de Souza Andrade defendeu Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato. Ele foi casado com Tarsila do Amaral e, mais tarde, com Patrícia Galvão, conhecida como Pagu.

  • Reprodução

    Tarsila do Amaral

    (quadra 36, terreno 46) Coordenadas: -23.5517519118708, -46.65789948268124: A pintora e desenhista Tarsila do Amaral (1886-1973) produziu algumas das imagens mais icônicas do modernismo brasileiro, como o quadro "Abaporu". O túmulo da família de Tarsila foi vandalizado diversas vezes e, nas imagens, está deteriorado. É um dos jazigos mais difíceis de se encontrar usando o Google Street View.

  • Reprodução

    Libero Badaró

    (rua 17, terreno 8) Coordenadas: -23.55064894153558, -46.656144221613: Giovanni Battista Líbero Badaró (1798-1830), ou João Batista Líbero Badaró, foi jornalista, médico e político. Defensor da liberdade de imprensa e filiado à corrente liberal, criticou o governo brasileiro até ser assassinado. Sua morte causou comoção e muitos suspeitaram de que dom Pedro 1º fosse o mandante do crime.

  • Reprodução

    Washington Luís

    (quadra 22A, terreno 1ª) Coordenadas: -23.55185095934554, -46.6579572225904: O presidente da República Washington Luís Pereira de Souza (1869-1957) foi deposto pela Revolução de 1930 e viveu exilado por 17 anos. Quando voltou, Washington Luís dedicou-se à história do Brasil.

  • Reprodução

    Antônio da Silva Prado

    (quadra 29, terreno 2) Coordenadas: -23.55107517220985, -46.65649125576687: Antônio da Silva Prado (1778-1875), barão de Iguape e conselheiro do Império, foi deputado pelo Partido Conservador, senador, ministro da agricultura e o primeiro prefeito da cidade de São Paulo. Abolicionista, participou da elaboração da Lei Saraiva-Cotegipe (lei dos sexagenários) e do projeto da Lei Áurea.

  • Reprodução

    Luís Gama

    (rua 12, terreno 17) Coordenadas: -23.55051202435453, -46.65656932643617: O poeta autodidata Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882), filho de uma africana livre e de um português, foi vendido como escravo aos dez anos. Luís Gama fugiu, iniciou carreira no exército e foi um dos fundadores da imprensa humorística paulista, com a publicação "Diabo Coxo".

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    Ramos de Azevedo

    (rua 24, terreno 15A e 15B) -23.55164348055186, -46.65845783652776: O engenheiro e arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928) assina muitos dos prédios da Belle Époque paulistana, entre eles estão o portal do Cemitério da Consolação, o Mercado Municipal, a Casa das Rosas, a Escola Politécnica, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e a agência central dos Correios.

  • Reprodução

    Campos Sales

    (quadra 82) Coordenadas: -23.55095723708544, -46.65939497312988: Manuel Ferraz de Campos Sales (1841-1913), foi deputado, ministro da Justiça e presidente da República. Conhecido pelo apelido "Campos Selos", por causa do imposto do selo de seu mandato, ele se dedicou ao combate da inflação e da dívida externa.

  • Reprodução

    "Grande Anjo"

    Coordenadas: -23.55028707503412, -46.65539990233884: Símbolo da mescla da arte clássica com a arte moderna, a obra do escultor ítalo-brasileiro Vitor Brecheret (1894-1955) foi concluída em 1938

  • Reprodução

    Mausoléu da família Matarazzo

    Coordenadas: -23.55091321229381, -46.65932340369068: O mausoléu da família Matarazzo --donos de indústrias de mesmo nome-- é o maior da America Latina e também vale a visita.