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Empresas de tecnologia ganharão batalha de criptografia, diz Google

Schmidt disse que "simpatiza" com o objetivo das agências de segurança, que temem que a criptografia beneficie também criminosos e extremistas - Brendan McDermid/Reuters
Schmidt disse que "simpatiza" com o objetivo das agências de segurança, que temem que a criptografia beneficie também criminosos e extremistas Imagem: Brendan McDermid/Reuters

Em Washington

18/03/2015 20h54

As empresas de tecnologia prevalecerão em seus esforços de ter aparelhos fortemente criptografados que sejam imunes à curiosidade do governo, disse nesta quarta-feira o chefe-executivo do Google, Eric Schmidt.

Em discurso em um centro de estudos em Washington, Schmidt disse que "simpatiza" com o objetivo das agências de segurança e de inteligência, que temem que a criptografia de aparatos de grande consumo como os telefones beneficiem também criminosos e extremistas.

"Não sabemos como construir uma passagem secreta nesses sistemas que dê acesso apenas aos bons moços", disse o chefe-executivo do Google em um fórum no American Enterprise Institute.

Essa "passagem secreta" seria um acesso dissimulado, como uma porta dos fundos, que permitiria aos agentes da lei entrar em um dispositivo sem o conhecimento do usuário.

"Se botamos uma passagem secreta em nosso sistema, primeiro teríamos que revelar sua existência porque as pessoas a descobririam de qualquer modo. Em segundo lugar, as pessoas mal intencionadas descobrirão a maneira de entrar".

Os comentários de Schmidt respondem às preocupações do FBI e da Agência de Segurança Nacional, que afirmaram no final do mês passado que desejam impedir que os gigantes da internet coloquem no mercado telefones criptografados invioláveis, porque isso seria uma ameaça para a segurança nacional.

Ele ressaltou, contudo, que permitir um acesso especial seria equivalente a ter um sistema que permita o governo "que vigie o que todo mundo faz para descobrir quem são os vilões".

"Temos sido rígidos nesse sentido na indústria e acho que ganharemos essa batalha, pelo menos nos Estados Unidos", disse Schmidt.