Conheça o celular que pode ser montado como Lego
Um designer holandês criou um projeto de telefone celular em módulos, cujas peças podem ser substituídas ou trocadas quando necessário, desobrigando o dono a comprar um novo aparelho toda vez que uma parte deixa de funcionar.
Dave Hakkens teve a ideia ao desmontar uma câmera fotográfica.
"Notei todas estas peças pequenas. E tudo estava funcionando bem, exceto o motor da lente. Aquilo estava quebrado", disse.
Quando Hakkens entrou em contato com o fabricante para substituir a peça, foi aconselhado a trocar de câmera.
"Com a sua bicicleta, você conserta o pneu, você não joga a bicicleta fora. Mas, por alguma razão isto é o que fazemos com aparelhos eletrônicos", acrescentou.
O designer se deu conta de que se um aparelho pudesse ser desmontado e trocado mais facilmente, poderia durar muito mais. E assim nasceu a ideia do Phonebloks.
O projeto de Hakkens prevê um celular em que a tela e outros componentes como bateria, receptor do chip, teclado e câmera podem ser trocados.
Celular em blocos ainda não foi fabricado; teclado e câmera poderiam ser trocados
O celular em blocos ainda não foi fabricado, mas Hakkens já criou um vídeo para divulgar o projeto. No vídeo, as peças são introduzidas na placa traseira do telefone como peças de Lego.
O tamanho dos blocos varia e eles podem ser combinados de várias formas.
"Vamos dizer que este é o seu telefone e você faz tudo na nuvem [armazenamento de arquivos etc]. Por que não substituir o bloco de armazenagem por um bloco maior para a bateria?", pergunta a voz no vídeo postado pelo designer. "Se você adora fazer fotos, por que não melhorar sua câmera?"
Promovendo a ideia
Em outubro, Dave Hakkens começou a promover o projeto do Phonebloks usando a plataforma Thunderclap. Os usuários da plataforma "doam" a influência que têm nas redes sociais para um projeto, permitindo que o Thunderclap comande suas páginas de Twitter, Tumblr e Facebook para transmitir uma mensagem em um momento predeterminado.
Inicialmente, Hakkens esperava que 500 pessoas dessem apoio ao seu projeto, mas o vídeo do Phonebloks se transformou em um viral, com 7 milhões de exibições em apenas três dias.
O designer já conseguiu 950 mil usuários para apoiar seu projeto no Thunderclap.
"No fim das contas se trata de um sinal do consumidor. O mercado precisa indicar aos fabricantes que nos importamos com hardware modular, que pode ser consertado", afirmou Kyle Wiens, fundador do iFixit.com, um site onde os usuários podem disponibilizar e encontrar manuais de conserto e vídeos para solução de problemas com aparelhos eletrônicos.
Celulares nunca foram aparelhos modulares como computadores, mas, segundo Wiens, eles costumavam ser mais resistentes e podiam ser consertados.
Tomando como exemplo o caso das baterias. Até a chegada do iPhone em 2007, as baterias de todos os celulares podiam ser removidas facilmente. Mas, a cada modelo novo lançado, fica mais difícil retirar a bateria, que agora é presa com mais cola, ou fica dentro de uma caixa muito difícil de abrir.
Por exemplo, para retirar a bateria do celular HTC One, os membros do iFixit tiveram de mutilar o invólucro do telefone e remover a placa-mãe.
"Queria que as baterias pudessem ser substituídas como antes. A razão é: para que o telefone seja pequeno, a bateria precisa caber [no formato do telefone] em vez de ser um bloco quadrado [como no projeto Phonebloks]", disse o engenheiro Bruce Harvey, da Universidade Estadual da Flórida.
Além de a bateria ficar escondida, a preferência do consumidor também fez com que os fabricantes colocassem cada vez mais hardware dentro dos celulares, como processadores, memória, Wi-Fi, sem separar nada em blocos.
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