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Analista da BBC elogia interface do Apple Watch, mas vê exageros

Tim Cook, diretor-executivo da Apple, segura um iPhone 6 durante apresentação do smartphone - Justin Sullivan/Getty Images/AFP
Tim Cook, diretor-executivo da Apple, segura um iPhone 6 durante apresentação do smartphone Imagem: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

09/09/2014 20h59

A Apple apresentou nesta terça-feira seu relógio inteligente, o Apple Watch, que roda aplicativos, controla a saúde do usuário e se comunica com o iPhone.

É a primeira nova linha de produção da Apple desde o primeiro iPad e desde a morte de seu cofundador Steve Jobs. E, ainda que já existam outros relógios inteligentes no mercado, a empresa tem um histórico de entrar relativamente tarde em alguns mercados e ampliá-los ou mudar sua direção.

O relógio, que só será lançado no início de 2015, tem a elegância e a simplicidade típica dos produtos da Apple, analisa o especialista em tecnologia da BBC, Richard Taylor, nos EUA. Parece abrangente em termos de funcionalidade, apesar de custar US$ 349 para sua versão mais básica - 30% a mais que seus rivais Android, Motorola e Sony.

O Apple Watch supera a concorrência no que diz respeito a monitoramento da boa forma dos usuários, mas algumas funções, como o "toque digital" para mandar mensagens e gestos a amigos, parecem servir apenas para chamar a atenção.

E o design, quadrado, pode parecer um pouco futurista demais, mas a ideia de produzi-lo em dois tamanhos pode ser boa, por ampliar seu interesse por parte do público feminino.

'Coroa digital'

O relógio é controlado pelo que a Apple chama de "coroa digital" - um mostrador lateral que permite que o conteúdo da tela seja ampliado ou rolado, além de funcionar como botão de "home".

A tela "touchscreen" consegue perceber a diferença entre um toque leve e uma pressão mais forte do dedo dos usuários. E o aparelho roda o Siri - o "assistente pessoal" controlado por voz da Apple.

A novidade faz alertas aos usuários de seus compromissos, serve de monitor cardíaco e mostra mapas.

O presidente da Motorola, Rick Osterloh, havia dito à BBC na semana passada que achava positiva a entrada da Apple no mercado de relógios inteligentes, ainda que competindo com o Moto 360.

"O burburinho gerado pela entrada da Apple no mercado de (aparelhos) usáveis é inquestionável", agrega Tim Coulling, analista sênior na empresa de pesquisas tecnológicas Canalys. "Vai gerar interesse em todo o segmento."

O aparelho, que tem três edições diferentes, faz conexão com iPhones 5 ou outros mais recentes.

Apple Pay

A Apple também revelou nesta terça os novos aparelhos IPhone 6 - que são maiores que seus antecessores.

A tela do iPhone 6 tem 11,9 cm e a do iPhone 6 Plus tem 14 cm - uma mudança que, segundo analistas, pode impedir que seus usuários migrem para o Android.

A empresa lançou ainda seu novo serviço, o Apple Pay. O executivo-chefe da empresa, Tim Cook, que fez os anúncios, disse que o dispositivo visava "substituir a carteira" dos usuários.

O Apple Pay usa chips com sistema NFC (em inglês, near field communication), presentes tanto nos novos telefones como nos relógios da empresa. A compra é feita passando o celular ou relógio diante do leitor de NFC.

A empresa alega que o sistema é seguro porque não requer que a Apple armazene os dados do cartão de crédito do usuário ou que este tenha que compartilhar os detalhes de seu cartão com o caixa da loja.

Diversas outras empresas já apostaram suas fichas em sistemas de pagamento semelhantes, mas estes ainda não se popularizaram a ponto de substituir o uso de cartões.

O analista da BBC Richard Taylor aponta que o Apple Pay traz conveniência, mas, após os recentes escândalos de hackeamento de fotos de celebridades, a confiança na segurança oferecida pela Apple está abalada.