Topo

Em visita de Dilma, Google promete ampliar centro tecnológico no Brasil

1º.jul.2015 - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff (centro), é recebida por Eric Schmit, presidente do Google, na sede da empresa de tecnologia em Mountain View, na Califórnia - Beck Diefenbach/Reuters
1º.jul.2015 - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff (centro), é recebida por Eric Schmit, presidente do Google, na sede da empresa de tecnologia em Mountain View, na Califórnia Imagem: Beck Diefenbach/Reuters

João Fellet

Enviado especial da BBC Brasil ao Vale do Silício

01/07/2015 17h50Atualizada em 01/07/2015 17h52

Ao receber a presidente Dilma Rousseff na sede do Google nesta quarta feira, o presidente-executivo da gigante da internet, Eric Schmidt, anunciou que abrirá em novembro um novo escritório no centro de operações do Google no Brasil, em Belo Horizonte, e dobrará o número de engenheiros na instalação.

Hoje, cerca de 100 engenheiros - em sua maioria brasileiros - trabalham no centro de engenharia do Google em Belo Horizonte, o único centro desse tipo que a empresa mantém na América Latina. O centro foi inaugurado há dez anos e já recebeu investimentos de US$ 200 milhões, segundo a empresa.

Na visita, segundo a assessoria do Google, Dilma discutiu com Schmidt e outros altos executivos da empresa formas de levar a internet a áreas do Brasil que ainda estão desconectadas, como a Floresta Amazônica.

"Estamos tentando equalizar o problema da comunicação na Amazônia", disse Dilma, em pronunciamento durante a visita.

O Google diz que o Brasil é, ao mesmo tempo, o quinto país com o maior número de pessoas conectadas à internet e o oitavo com a maior população desconectada.

A empresa tem um programa - o Projeto Loon - que usa balões estratosféricos para levar internet a celulares e tablets a regiões isoladas.

Segundo a presidente, o sistema de balões pode trazer ao Brasil oportunidades para interconectar a Amazônia sem grandes custos.

Em abril, Dilma também anunciou que o governo fecharia uma parceria com o Facebook para expandir o acesso à internet no Brasil. O anúncio foi feito após ela se encontrar com o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, durante a última Cúpula das Américas, no Panamá.

Dilma quer cooperação com os EUA nas áreas de tecnologia e inovação

A agenda de sua visita ao Vale do Silício nesta quarta também prevê um encontro com Zuckerberg, além de idas a outras empresas, universidades e um centro da Nasa, a agência espacial americana.

Dilma chegou na terça à noite à região, principal polo tecnológico do mundo, após visitas a Washington e Nova York, onde se reuniu com empresários, investidores e o presidente Barack Obama.

Objetivos

Um dos principais objetivos da visita é atrair investimentos para o Brasil e abrir mercados para produtos brasileiros.

Na última etapa de sua viagem, ela tenta aproximar Brasil e Estados Unidos nas áreas de tecnologia e inovação. Segundo a presidente, esse deverá se tornar um dos eixos das relações entre os dois países no futuro.

Um artigo publicado na terça-feira no jornal Mercury Valley, um dos principais diários do Vale do Silício, diz que as as empresas da região "estão de olho no Brasil e em seus 200 milhões de habitantes ".

O Brasil, diz o artigo, é o segundo maior mercado do Facebook (atrás apenas dos EUA), com 65 milhões de usuários. "O uso de smartphones está expandindo a penetração da internet mais do que em qualquer país da região", afirma o texto.

Assinado por Jason Marcczak, do think-tank Atlantic Council, o artigo diz que Dilma não escolheu visitar a região por acaso.

"Vamos usar este momento para estimular a cooperação científica e entre empresas para o benefício dos dois países".