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Custa caro proteger Zuckerberg: Facebook gasta milhões em segurança

Anders Melin

04/08/2018 04h00

O Facebook gastou US$ 7,33 milhões no ano passado para proteger o CEO em suas residências e durante uma turnê pelos EUA. Na semana passada, a gigante das redes sociais anunciou que destinaria US$ 10 milhões adicionais por ano a ele para gastos com segurança pessoal.

O custo para este ano ultrapassa de longe o que outras empresas gastarão com seus chefes e provavelmente ultrapassará a remuneração anual média dos CEOs do S&P 500. Para a sexta pessoa mais rica do mundo, não é necessariamente muito.

Segurança em várias residências, transporte, uma equipe de proteção, segurança cibernética, em viagens — se você além disso tem esposa e alguns filhos, já está acima de US$ 10 milhões só com um pacote básico

Roderick Jones, presidente da consultoria de risco Concentric Advisors.

Nem todos os titãs corporativos precisam de segurança. Um executivo que evita os holofotes, foge de entrevistas à imprensa e faz doações anônimas à caridade pode se misturar mais facilmente com o público.

Mas Zuckerberg é Zuckerberg. Ele fundou e comanda uma das empresas mais valiosas do mundo e está sempre compartilhando fotos e vídeos brincando com as duas filhas, reunindo-se com líderes mundiais e fazendo churrasco no quintal. E tem uma fortuna de US$ 68,6 bilhões.

Além disso, o Facebook recebeu uma série de críticas por sua política de privacidade de dados, especialmente em países como Myanmar e Sri Lanka, onde a desinformação disseminada pelo website gerou violência.

A empresa enfrentou uma reação adversa significativa às investigações sobre os esforços da Rússia para influenciar o resultado das eleições dos EUA em 2016. Essas controvérsias — para não mencionar clientes furiosos, ataques terroristas e tiroteios em empresas — podem tornar essencial uma segurança rigorosa.

Os custos do programa de segurança do CEO do Facebook são apropriados e necessários, considerando a "posição e importância" de Zuckerberg para a empresa, e ele não recebe nenhuma outra remuneração além do salário de US$ 1, informou o Facebook, que tem sede em Menlo Park, na Califórnia, no último balanço trimestral.

Documentos regulatórios às vezes dão uma ideia do que as empresas pagam. Vantagens disponibilizadas a todos os funcionários — como lanches gratuitos ou os seguranças na entrada do prédio — não precisam ser divulgadas. Mas os benefícios exclusivos para um executivo, como guarda-costas ou sistemas de segurança doméstica, são tributáveis e normalmente precisam ser incluídos como parte da remuneração anual da pessoa.

A maioria das grandes empresas paga para que os CEOs usem jatos particulares em viagens pessoais, tanto para garantir a segurança quanto para oferecer a eles a flexibilidade de voltar rapidamente. Algumas fornecem carros e motoristas e pagam a segurança doméstica. São poucas as que pagam guarda-costas.

Apesar de o Facebook ter gastado US$ 24,7 milhões na proteção de Zuckerberg desde 2013, o dinheiro adicional será útil, disse Paul Viollis, CEO da firma de segurança Viollis Group International. Os programas de segurança corporativa geralmente não incluem proteção para membros da família imediata ou de outros parentes da pessoa. Além disso, podem não cobrir várias residências em lugares distantes.