Se a privacidade morreu, é hora de vender nossos dados pessoais?
Se a privacidade é realmente uma coisa do passado, então as pessoas deveriam pelo menos lucrar com as próprias informações pessoais. Esta é a visão sobre os direitos de dados defendida por Brittany Kaiser, que veio a público neste ano para testemunhar sobre como seu ex-empregador, a Cambridge Analytica, consumiu indevidamente os dados de milhões de usuários do Facebook.
VEJA TAMBÉM:
Do busão ao aeroporto: reconhecimento facial é realidade no Brasil
Smart TV pode rastrear o que você vê e ganhar com anúncio
Por que o Facebook não para de entregar nossos dados?
Entenda por que anúncios te perseguem após pesquisas na internet
Esta perspectiva é compartilhada por um número cada vez maior de usuários da internet em todo o mundo, que estão se dando conta de que os impérios online do Facebook e do Google se baseiam nos dados concedidos por eles sem nenhuma compensação.
A questão é como. O Facebook, por exemplo, poderia distribuir tokens digitais para seus 2,2 bilhões de usuários em troca das informações íntimas usadas todos os dias pelos anunciantes na rede social, sugere Kaiser.
A privacidade não existe em uma era de crise pós-Facebook. Os ativos digitais que você produz todos os dias são seu próprio valor humano. Você deveria poder ser dono deles e receber uma parcela dessa monetização
Brittany Kaiser, na cúpula "Sooner Than You Think", em Cingapura
Do ponto de vista pessoal, a propriedade e o controle reais dos dados implicaria colocar todas as suas informações - desde inclinações políticas e preferências sobre produtos até histórico médico - em um lugar, para que as pessoas possam decidir quem terá acesso e em quais condições. Isso pode significar qualquer coisa: da venda ao uso limitado em troca de um serviço gratuito (como o Facebook) - ou mantê-los completamente privados.
A privacidade simplesmente não é possível nesta era de crise pós-Facebook, disse Kaiser. No entanto, os consumidores devem evitar o "fomento ao medo" ou se apegar à ideia de que nenhum dado é seguro.
Como exemplo, ela mencionou o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados da União Europeia, que entrou em vigor em maio e se concentra na proteção de dados pessoais. As empresas agora enfrentam regras mais rígidas sobre o consentimento e multas maiores por quaisquer violações de dados. Essa estrutura está ajudando a levar os EUA a adotar uma legislação mais rigorosa, disse ela.
Em última análise, trata-se de afirmar o controle sobre seus próprios bens valiosos.
"É exatamente como com o Airbnb: se alguém for usar seus ativos físicos, seria normal chegar a um acordo sobre o preço e sobre o que eles vão fazer com o imóvel antes de entregar as chaves de sua casa", disse Kaiser. "Por que seria diferente com seus dados?"
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.