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Como assim? Celular de criador do Android enviará mensagens por você

Essential Phone inicial não fez sucesso esperado, apesar de inovar no design - Márcio Padrão/UOL
Essential Phone inicial não fez sucesso esperado, apesar de inovar no design Imagem: Márcio Padrão/UOL

Mark Gurman

10/10/2018 19h23

A Essential Products, a startup de produtos eletrônicos administrada pelo criador do Android, Andy Rubin, está colocando a maioria de seus projetos de lado para se concentrar no desenvolvimento de um novo tipo de telefone que tentará imitar o usuário e responder mensagens automaticamente em nome dele, segundo pessoas familiarizadas com os planos.

A empresa interrompeu o desenvolvimento do alto-falante doméstico planejado meses depois de cancelar o trabalho com um outro smartphone que estava em andamento, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque os detalhes são privados.

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As vendas de um telefone anterior foram desanimadoras e a empresa está abandonando a iniciativa, em parte porque o produto é muito parecido com outros presentes no mercado. A Essential havia considerado a possibilidade de ser vendida neste ano após uma série de contratempos.

O design do novo dispositivo móvel não se parece ao de um smartphone padrão. Ele teria uma tela pequena e exigiria que os usuários interagissem usando principalmente comandos de voz em conjunto com o software de inteligência artificial do Essential.

A ideia é que o produto marque compromissos ou responda emails e mensagens de texto por conta própria, segundo as pessoas familiarizadas com os planos. Os usuários também poderiam fazer chamadas telefônicas a partir do aparelho.

Se a impressão é de semelhança com o filme de ficção científica "Ela" é porque a ideia é justamente essa. Rubin deseja capturar a imaginação das pessoas com um produto realmente diferente das alternativas. O aparelho, que nunca havia aparecido no noticiário, pode ser a última esperança da Essential de entrar em um mercado dominado por Apple e Samsung Electronics. Uma porta-voz da Essential preferiu não comentar.

Em entrevista à Bloomberg, no ano passado, Rubin sugeriu o incentivo benevolente para embarcar em um projeto nesse sentido. "Se eu puder chegar a um ponto em que o telefone é uma versão virtual sua, você poderá desfrutar da vida e jantar sem pegar no telefone e poderá confiar no telefone para fazer as coisas em seu nome", disse. "Acho que consigo solucionar parte do comportamento viciante."

Embora inovador, o conceito enfrenta muitos desafios práticos. Qualquer pessoa que tenha passado algum tempo conversando com a Siri ou a Alexa conhece os limites das assistentes virtuais. Como resultado, a Essential espera comercializar o produto como um complemento aos smartphones das pessoas ou como um telefone para quem quiser passar menos tempo conectado a suas telas.

A Essential tem o suporte de cerca de US$ 300 milhões, o que a transforma na nova empresa de eletrônicos de consumo mais ambiciosa do Vale do Silício em anos. A empresa com sede em Palo Alto, na Califórnia, começou a vender um produto chamado Essential Phone no ano passado, que fez muito barulho devido ao pioneirismo do design com tela de ponta a ponta antes do iPhone X.

Após o lançamento do primeiro Essential Phone e do produto de alto padrão da Apple, muitas fabricantes de telefones seguiram o exemplo. Mas o Essential Phone tem tido dificuldades nas vendas devido ao preço relativamente alto e aos problemas de software.