Topo

Diretor do FBI reconhece erro em manejo de iPhone de terrorista

Mike Segar/Reuters
Imagem: Mike Segar/Reuters

Em San Francisco

01/03/2016 20h07

O diretor do FBI, James Comey, reconheceu nesta terça-feira (1º) que o órgão cometeu um erro ao tentar mudar o Apple ID, a senha para acessar às contas da Apple, do telefone de um dos terroristas responsáveis pelo atentado de San Bernardino em dezembro, caso que acabou se transformando em uma disputa judicial entre a empresa de tecnologia e o governo dos Estados Unidos.

Comey participou de uma reunião do Comitê Judicial da Câmara dos Representantes dos EUA junto com o principal assessor jurídico da Apple, Bruce Sewell, para falar sobre privacidade e segurança.

O FBI quer que a Apple desenvolva um software que ajudaria o órgão a desativar a segurança no iPhone de um dos terroristas envolvidos no atentado ocorrido em San Bernardino, na Califórnia, que provocou a morte de 14 pessoas e deixou outros 22 feridos.

A Apple se nega a atender ao pedido do governo, alegando que um programa desse tipo pode afetar a segurança de todos os telefones produzidos pela empresa.

Comey admitiu hoje que os agentes do FBI cometeram um erro nas 24 horas posteriores ao ataque em San Bernardino, o que eliminou a chance de uma cópia automática dos dados armazenados no telefone ter sido feita no iCloud, serviço de armazenamento na nuvem da Apple.

O diretor do FBI, contudo, explicou que essa cópia não teria sido suficiente para que os investigadores conseguissem extrair todas as informações necessárias do celular. E reconheceu que, se a agência vencer a queda de braço judicial com a Apple, o caso pode ser usado como precedente para pedidos semelhantes no futuro.

Comey não quis revelar quantos telefones o FBI quer ter acesso e afirmou que a criptografia usada pela Apple dificulta os trabalhos da agência contra terroristas e criminosos.

Um juiz de Nova York se negou ontem a obrigar a Apple a desbloquear um iPhone em um caso de narcotráfico aberto nos tribunais do distrito de Brooklyn.

"Após conhecer os fatos e os argumentos das partes, concluo que nenhum deles justifica impor à Apple a obrigação de auxiliar na investigação do governo contra sua vontade", diz a sentença.