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Vai comprar um tablet? Conheça os diferentes tipos de aparelhos dessa categoria

Por David Pogue

07/12/2012 06h01

Outro dia eu me juntei à NPR (rede de rádios) para uma participação sobre presentes tecnológicos para o final de ano. Eu estava pronto para as ligações dos ouvintes. Eu dei uma olhada em câmeras, celulares, laptops, tocadores de música e consoles de videogame. Eu estava preparado para falar sobre como restringir o tempo de uso do computador, sobre como curar o vício digital e sobre como lidar com o ciberbullying. Eu sabia onde encontrar as melhores ofertas.

Mas todos os seis participantes que ligaram fizeram a mesma pergunta: “que tablet devo comprar?”

Houve variações, é claro. Como “para o meu filho?”, “para o meu pai idoso?”, “apenas para leitura?”, “sem gastar muito dinheiro?”. Mas, em geral, a questão estava clara: o gadget que mais provavelmente será encontrado debaixo das árvores de Natal este ano é fino, plano e movido a bateria.

Não é de admirar que as pessoas estejam confusas. O mercado entrou no frenesi dos tablets. Há praticamente um modelo diferente para cada homem, mulher e criança.


Há o venerado iPad, é claro. E agora, há o iPad Mini. Há os novos tablets do Google, disponíveis também nas versões pequena e grande. Há os tablets Note, da Samsung, que vêm em uma variedade de tamanhos e são equipados com canetas para navegação. Há leitores de e-books e videoplayers com tela em cores e sensível ao toque por US$ 200 (cerca de R$ 400) nos Estados Unidos. Há uma nova safra de leitores de e-books com tela em preto e branco. Existem modelos de plástico incrivelmente baratos sobre os quais você nunca ouviu falar. Existem até mesmo tablets para as crianças.

Então, como você, consumidor confuso, conseguirá dar conta de acompanhar as inovações de todos esses modelos de tablet? Simples: fazendo a útil jornada através da selva de tablets lançados em 2012 proposta pelos parágrafos abaixo (os modelos referem-se ao mercado norte-americano). Atenção: não coloque as mãos nem os pés para fora do trem durante a viagem.

Cópias baratas e ordinárias
Você consegue encontrar tablets sem marca por US$ 100 nos Estados Unidos (cerca de R$ 200) ou até menos. Você também pode encontrar tablets chineses de marcas misteriosas em lojas de brinquedos. Esses produtos se destinam às crianças.

Não compre. Eles não têm os aplicativos, os recursos nem todas as vantagens dos tablets mais legais. A pasta de lixo eletrônico já está chamando os nomes desses tablets para dentro dela.

  • Divulgação

    Kindle PaperWhite custa US$ 120 nos EUA; Amazon lançará no Brasil uma versão mais simples do modelo (sem luz na tela) por R$ 300

Leitores para e-books
Os tablets menores, mais leves, mais baratos e mais práticos para realizar leituras são os leitores de e-books com tela em preto e branco. Se o objetivo é simplesmente ler – e não, digamos, assistir a filmes ou jogar – estes aparelhinhos são pura alegria.

Nem olhe para as marcas menos conhecidas. Como você terá de ficar preso a um formato de livro eletrônico patenteado e protegido contra cópias, você reduzirá muito suas chances de morrer com uma biblioteca obsoleta na mão se comprar os leitores da Amazon ou da Barnes & Noble.

Cada uma delas oferece um monte de modelos. Mas, nos modelos mais recentes, as luzes do fundo da página se acendem de forma suave para que você consiga ler no escuro e sem lanterna (esses modelos com tela em preto e branco também funcionam fantasticamente bem sob a luz direta do sol – agora você conseguirá extrair um melhor desempenho em ambas as condições de iluminação).

O que você está procurando é o Kindle PaperWhite (US$ 120 nos EUA; cerca de R$ 240), cuja iluminação é mais equilibrada e agradável do que a do modelo Nook equivalente.

É claro que os Kindles mais básicos, sem tela sensível ao toque, sem luz e que vem com anúncios no descanso de tela, custam a partir de parcos US$ 70 (cerca de R$ 140 no Brasil). Mas a luz e a tela sensível ao toque realmente valem a pena.

  • Divulgação

    Nook HD (foto) é muito menor e mais leve que o Kindle Fire HD, além de ter tela mais nítida

Leitores de e-books com tela colorida
A Amazon e a Barnes & Noble vendem tablets de sete polegadas que, funcionalmente, se encontram em algum lugar entre um leitor de e-books e um iPad. Eles têm belas telas de alta definição sensíveis ao toque. Eles reproduzem música, programas de TV e filmes e exibem livros eletrônicos. Eles também permitem a navegação na internet. Eles até mesmo executam alguns aplicativos Android escolhidos a dedo, como o Netflix e o Angry Birds.

Esses aparelhos estão longe de ser tão eficientes quanto os tablets mais completos – como os das famílias iPad e Nexus – e que funcionam como computadores, principalmente porque há tão poucos aplicativos, acessórios e complementos para eles. Mas esses tablets custam US$ 200 nos EUA (cerca de R$ 400) – ou seja, você pagará apenas uma fração do preço dos modelos mais completos.

E as duas grandes empresas do setor aparecem aqui novamente: a Amazon e a Barnes & Noble. Se você ainda não estiver preso aos livros e vídeos de uma dessas empresas devido ao fato de ter adquirido de um modelo anterior, o Nook HD é o tablet que você deve comprar.

Ele é muito menor e mais leve do que o Kindle Fire HD. Tem uma tela muito mais nítida. E o preço de US$ 200 inclui um carregador de parede (o Fire não inclui) e não inclui anúncios (o Fire inclui). Ou compre o elegante Google Nexus 7, também por US$ 200 nos Estados Unidos. Embora seu catálogo de livros, canções e filmes seja muito menor, a coleção de aplicativos Android é muito maior (mas leia o parágrafo “iPad versus Android” abaixo).

Leitores de e-books de grandes dimensões e com tela em cores
Este ano, tanto a Amazon quanto a Barnes & Noble lançaram versões de seus tablets HD com tela gigante (de 9 polegadas ou 22 cm). Aqui, novamente, a Barnes & Noble oferece um preço melhor do que o de seu rival Kindle Fire HD (também de 9 polegadas). Por US$ 270 nos Estados Unidos (cerca de R$ 540), o Nook HD + oferece uma tela mais nítida, é mais leve, vem sem anúncios, tem entrada para cartão de memória e um carregador de parede.

O leitor de 9 polegadas da Amazon não é ruim, embora ele custe US$ 30 (cerca de R$ 60) a mais (ou US$ 50, cerca de R$ 100, a mais se você quiser pagar para se livrar dos anúncios). Ele tem o dobro do espaço de armazenamento – mas não vem com entrada para cartão de memória – e tem uma câmera frontal para a utilização do Skype. Os modelos Nook HD não têm câmera.

iPad versus Android
O Google está se esforçando bastante para alcançar a Apple. Agora, a empresa comercializa dois tablets: o Nexus 7 (com tela de 7 polegadas) e o rápido e completo Nexus 10 (com tela de 10 polegadas), fabricados sob a supervisão do Google pela Asus e pela Samsung.

  • Diyulgação

    Nexus 10 tem uma tela linda: tecnicamente, ele exibe mais pontos por polegada que o iPad

O modelo de 10 polegadas tem uma tela linda. Tecnicamente, ele exibe muito mais pontos por polegada do que a tela Retina do iPad – embora não seja possível notar nenhuma diferença.

Os tablets fabricados pelo Google também têm mais recursos de hardware do que os iPads, como uma tomada para saída de vídeo e alto-falantes em estéreo – e eles custam menos. O Nexus 10 sai por US$ 400 nos Estados Unidos (cerca de R$ 800), ou US$ 100 (cerca de R$ 200) a menos do que o modelo do iPad equivalente (com 16 GB de capacidade de armazenamento).

A Samsung também está lançando tablets equipados com o sistema operacional Android, do Google. Os tablets Galaxy Note, da Samsung, vêm com uma caneta e com vários aplicativos que podem ser operados com ela. Esses aplicativos permitem que você desenhe ou tome notas, por exemplo.

  • Don Emmert/EFE

    Na foto, o Galaxy 10. Os tablets Galaxy Note, da Samsung, vêm com uma caneta e com vários aplicativos que podem ser operados com ela

Mas as costas de plástico dos tablets equipados com o Android têm uma aparência menos sofisticada e mais barata do que as costas de metal do iPad. As câmeras dos tablets que rodam o Android não são tão boas quanto as do iPad. E as baterias geralmente não duram muito tempo.

Acima de tudo, o catálogo de aplicativos dos tablets equipados com Android ainda é muito decepcionante – eles são, em geral, versões adaptadas de aplicativos Android criados originalmente para celulares, em vez de serem aplicativos cuidadosamente concebidos para a tela maior dos tablets.

Por exemplo: os aplicativos Android para os sites Twitter, Yelp, Pandora, Vimeo, eBay, Spotify, Rdio, Dropbox, LinkedIn e TripAdvisor são programas para celulares em versão ampliada – basicamente, eles são apenas listas. No iPad, a tela é preenchida com informações visuais úteis sobre o que quer que seja selecionado.

Independentemente do progresso em termos de preço e hardware que os tablets equipados com Android já alcançaram, os 275 mil aplicativos do iPad, criados especialmente para tablet, tornam o aparelho da Apple mais atraente (o Google não revela quantos aplicativos existem para tablets que rodam Android, e não há nenhuma área específica para tablets na sua loja de aplicativos).

E tudo isso pode ser dobrado quando se fala do novo tablet Surface, da Microsoft. O hardware do aparelho é eficiente, mas ele só funciona com aplicativos totalmente novos – e não há muitos deles ainda.

iPad versus iPad mini
O iPad Mini roda todos os aplicativos do iPad grande, sem nenhuma alteração. Ele mostra os mesmos conteúdos na tela – apenas em dimensões menores.

A tela do iPad grande é muito mais nítida. Eu aposto que a resolução da tela Retina só será adaptada para a tela do mini no modelo a ser lançado no ano que vem. Mas, caso contrário, o mini faz muito sentido. Você pode colocá-lo na bolsa ou no bolso do casaco. Você pode segurá-lo por muito mais tempo sem cansar os dedos (ele é muito leve e fino). E você pode pagar US$ 330 (cerca de R$ 660), em vez de US$ 500 (cerca de R$ 1.000).

Você conhece a máxima dos antigos fotógrafos, segundo a qual “a melhor câmera é aquela que você tem na mão?” Pode-se dizer a mesma coisa sobre a câmera do seu tablet.

Agora, preste atenção: se você não encontrar um dos tablets recomendados aqui debaixo de sua própria árvore de Natal, não chore sobre o peru nem sobre a farofa. Atualmente, a concorrência é feroz e a qualidade é alta.

Mas se você abrir seu presente e encontrar um Kindle PaperWhite, um Nook HD ou um iPad mini – ou se der um desses de presente para alguém –, você sentirá aquele brilho extra de satisfação. Você também saberá que, pelo menos neste período de vendas, você ou seu ente querido acabou com o melhor aparelho que o dinheiro pode comprar dentro da categoria de presente mais desejado pelos consumidores.

No ano que vem, o presente do momento poderá ser uma câmera, um celular, um laptop, um tocador de música ou um console de videogame. Mas, este ano, o mercado falou e disse: pelo menos em relação à tecnologia, o mundo é plano.