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Smartphone HTC One merece ser o centro das atenções -- por enquanto

David Pogue

Do New York Times

15/04/2013 06h15Atualizada em 15/04/2013 12h31

Você se lembra da HTC? Durante muito tempo, essa fabricante de celulares de Taiwan parecia estar com sorte. Seus telefones Android não paravam de aparecer nas manchetes sobre gadgets.

Então, de repente, a Samsung chegou com suas fumegantes armas tecnológicas e de marketing. E pronto: passamos a viver em um mundo dominado pela batalha entre a Apple e a Samsung. Todos meio que se esqueceram da HTC.

O mais recente celular lançado por essa fabricante taiwanesa, que chegará às lojas da Sprint e da AT&T nos Estados Unidos na próxima semana e aos pontos de venda da T-Mobile pouco tempo depois, proporcionará à HTC pelo menos mais algumas semanas no centro das atenções. No país, o novo celular custará US$ 200 e será acompanhado por um contrato de dois anos para o modelo com 32 gigabytes de memória (ou US$ 300 pelo modelo de 64 gigabytes de memória).

Prós

O novo aparelho é equipado com Android – e ele é o celular o mais bonito que você já viu. Sério. O HTC One é capaz de fazer você se sentir feliz e calmo apenas por segurá-lo nas mãos. Há uma imagem do HTC One ao lado da palavra “lindo” no dicionário.


O celular foi esculpido a partir de um bloco sólido e fino de alumínio e apresenta um fundo ligeiramente curvo, que contribui para aquele efeito calmante mencionado acima. A faixa de alumínio posicionada acima e abaixo da tela preta – muito preta – abriga os incrivelmente potentes e nítidos alto-falantes estéreo.

A tela não se parece com nada que você já viu até hoje. Com 468 pixels encaixados em cada polegada, esse aparelho tem a tela de maior definição já inserida em um celular. Ela é um pouco desnecessária – afinal, deixamos de conseguir detectar os pixels individuais quando o iPhone 4S foi lançado. Mas, pelo menos, você pode dormir bem à noite, satisfeito com o fato de que nenhuma outra tela é mais nítida. Estamos falando de uma resolução de 1080 pixels, o mais avançado vídeo de alta definição que existe.

 

  • Divulgação

    A tela do HTC One não se parece com nada que você já viu até hoje. Com 468 pixels encaixados em cada polegada, esse aparelho tem a tela de maior definição já inserida em um celular

A tela do HTC One é brilhante, nítida e enorme – tem 4,7 polegadas na diagonal. Uma tela desse tamanho torna o One muito maior do que, digamos, o iPhone, mas não tão desajeitado quanto alguns dos celulares tamanho família equipados com Android disponíveis no mercado. Ele pesa satisfatórios 145 gramas.

A câmera do HTC One é algo especial. Tecnicamente, as fotos tiradas com ela têm 4 megapixels, mas a HTC ressalta corretamente que a contagem de megapixels não é tudo. A empresa afirma que os pixels dessa câmera são de grandes dimensões, que absorvem mais luz – e, de fato, as fotos com pouca luz tiradas pela câmera desse celular fazem corar de vergonha os outros celulares.

Contras

Há algumas decepções nesse celular, no entanto. Não há slot para cartão de memória. Por isso, o espaço de armazenamento interno do celular é tudo que você terá. Também não é possível remover a bateria. Sua duração é semelhante à das baterias usadas nos aparelhos que funcionam no padrão de comunicação sem fio 4G LTE (Long Term Evolution) para Android: após carregá-la, você terá um dia inteiro de uso. O conjunto usual de três botões dos celulares Android – Back, Home e Menu – foi reduzido a dois – o HTC eliminou o botão Menu. Esses botões devem acender quando ativados, mas isso nem sempre acontece.


O mais estranho de tudo: a HTC mais uma vez insistiu em substituir o design maduro e bem-acabado do software Android – da versão “Jelly Bean”, que tem um ano de idade – por uma interface própria. O software da empresa exibe, na primeira de suas telas iniciais, uma série de blocos com fotos e manchetes de sites de notícias selecionados pelo usuário, da mesma forma que o popular aplicativo Flipboard. O software é ótimo, embora seja opcional. Mas, em muitos outros quesitos, a HTC não melhorou projeto original do Google.

Curiosamente, o botão de liga e desliga do celular dobra de tamanho, como uma lente infravermelha para controlar sua TV, mas o aplicativo que o acompanha é bastante deselegante. O aplicativo da câmera não é apenas completo: ele provavelmente é completo demais. Ele oferece o modo Still, o modo Vídeo e o modo Zoe (que faz clipes de três segundos, cuja finalidade me escapa no momento). Não há nenhum botão físico de obturador.

É uma pena que a Verizon seja a única operadora a comercializar o novo celular. O aparelho iria limpar o chão com seus rivais se tivesse acesso à super-rápida e onipresente rede LTE.

Mas, deixando isso de lado – uau, esse telefone é cheio de recursos. E ele é ridiculamente rápido. Sua câmera, sua tela e seus alto-falantes são os melhores entre todos os smartphones disponíveis no mercado. E nossa! – eu cheguei a mencionar como ele é bonito?

A HTC colocou todos os seus ovos de 2013 em uma única cesta e, no geral, essa foi uma boa estratégia. Você até pode iniciar uma discussão cri-cri sobre as sobreposições geradas pelo software do HTC One, mas será difícil imaginar um hardware de celular mais impressionante.

HTC One

Dimensões: 137,4 x 68,2 x 9,3 mm
Sistema: Android 4.2 (Jelly Bean) com HTC Sense
Processador: Quad-core de 1,7 GHz
Câmera traseira: 4 megapixels
Câmera frontal: 2,1 megapixels
Armazenamento: 32 GB ou 64 GB
Peso: 143 g