Topo

Governo vai negociar mudanças no marco civil da internet, diz ministro das Comunicações

Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que as negociações sobre o texto do marco civil ainda vão continuar - Sérgio Lima - 16.ago.11/Folhapress
Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que as negociações sobre o texto do marco civil ainda vão continuar Imagem: Sérgio Lima - 16.ago.11/Folhapress

Sabrina Craide

Da Agência Brasil, em Brasília

11/07/2012 18h37

As mudanças feitas na proposta que estabelece o marco civil da internet atendem em parte aos anseios do governo, disse nesta quarta (11) o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Ele garantiu, no entanto, que as negociações vão continuar. “Eles fizeram uma redação que nos atende mais. Para ser bem sincero, não era exatamente a nossa opção, mas também não achamos que cria problemas. Como não foi votado, vamos estudar melhor”, disse.

Segundo ele, a principal divergência é em relação à definição de quem vai estabelecer os parâmetros da neutralidade de rede, que é a garantia de tratamento igualitário dos dados que trafegam na internet.

Para o governo, essa atribuição deve ficar com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas o texto inicial dava a entender que o responsável seria o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), uma entidade composta por vários setores da sociedade e do governo.
Na redação final do substitutivo, do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), está escrito que a discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada por decreto, ouvidas as recomendações do CGI.

Bernardo disse que ainda não está claro se essa redação possibilita que a responsabilidade para regular a neutralidade de rede seja da Anatel. “Nossa opção era manter isso como atribuição da Anatel, e não transferir para o CGI, porque como vamos ter uma organização social fazendo normas para serem seguidas pela sociedade e pelo governo”, alerta.

A votação do substitutivo que estabelece os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil foi adiada na Câmara dos Deputados na tarde de hoje por falta de quórum.