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Acusados de remover rim de garoto em troca de iPad podem ficar presos por dez anos na China

Fachada de loja da Apple em Pequim, na China; marca é famoso no país, apesar de produtos serem caros - Jason Lee/Reuters
Fachada de loja da Apple em Pequim, na China; marca é famoso no país, apesar de produtos serem caros Imagem: Jason Lee/Reuters

Do UOL, em São Paulo

10/08/2012 13h55Atualizada em 10/08/2012 14h01

Cinco pessoas estão sendo julgadas na China por comprarem um rim de um garoto em troca de dinheiro para comprar um iPad e um iPhone. Os acusados, incluindo o médico que fez a cirurgia para a remoção do órgão, podem pegar até dez anos de prisão por comércio ilegal de órgãos e por lesão corporal. O julgamento ocorre na província de Hunan. As informação são da BBC e da agência de notícias chinesa Xinhua.

O crime ocorreu no início do ano. Um garoto de 17 anos, identificado como Wang, foi recrutado em uma sala de bate-papo. Após a venda do rim, o rapaz passou a sofrer de insuficiência renal. A situação dele é tão grave que após a cirurgia ele quase morreu. Em função disso, ele também não poderá comparecer à audiência para ser ouvido pelo juiz.

Os promotores acusam Hei Wei, um dos cinco réus, de organizar o transplante ilegal no mês de abril. A ideia, com a venda do órgão para terceiros, era pagar dívidas de jogo. O grupo, pelo transplante, recebeu aproximadamente R$ 70 mil, enquanto o garoto recebeu em torno de R$ 6 mil – com o dinheiro ele adquiriu o iPhone e o iPad.

Wei nega a acusação e diz que o garoto estava ciente do procedimento e disposto a fazer a cirurgia para a venda do rim.

O caso foi descoberto pela mãe do garoto de 17 anos que estranhou o fato de ele ter dinheiro para comprar os novos eletrônicos. Ao ser questionado pela mãe, ele prontamente admitiu que tinha vendido o rim.

Os produtos da Apple são populares na China, apesar de eles serem muito caros para a maioria da população urbana do país. No lançamento do iPhone 4S, no início do ano, a Apple teve que suspender as vendas em função de confusões.

Além disso, o país conta com uma baixa adesão ao processo de doação de órgãos.Segundo informações do governo chinês, cerca de 1,5 milhão de pessoas precisam de transplante, mas apenas 10 mil conseguem doação. Os órgãos de prisioneiros executados eram utilizados pra doação, no entanto, no mês passado, o governo decidiu que isso vai durar por mais cinco anos.