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Adolescente autista impedida de usar iPad em voo nos EUA critica proibição pelo Facebook

Carly Fleischmann, 17, sofre de apraxia oral, que faz com que ela tenha dificuldade de falar, embora sua mente seja capaz de organizar pensamentos - Reprodução/Facebook
Carly Fleischmann, 17, sofre de apraxia oral, que faz com que ela tenha dificuldade de falar, embora sua mente seja capaz de organizar pensamentos Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

17/08/2012 10h59

Uma adolescente autista que usa o iPad como única forma para se comunicar com outras pessoas foi impedida de deixar o tablet ligado durante um voo da American Airlines, que ia de Los Angeles a Toronto. No Facebook, ela agora faz um apelo para que a regra de segurança seja revista em casos especiais.

Segundo o “Daily Mail”, Carly Fleischmann, 17, sofre de apraxia oral, que faz com que ela tenha dificuldade de falar, embora sua mente seja capaz de organizar pensamentos. O iPad para Carly funciona tal qual uma “prótese”, conforme ela mesma define, que possibilita sua comunicação.

Durante a decolagem, assim como no Brasil, os comissários de bordo pedem que todos os equipamentos eletrônicos sejam desligados e evitar riscos de interferência na comunicação entre pilotos e a torre de controle do aeroporto. Além disso, após esse período, os aparelhos só podem ser usados em “modo avião”, que desabilitam funções necessárias para que o tablet funcione integralmente para Carly poder se comunicar.  

O terapeuta de Carly, Howard Dalal, que a acompanhava, tentou frisar aos comissários que o caso de Carly era uma exceção. “Se ela estivesse a ponto de ter uma convulsão, não haveria outro modo de me alertar a não ser pelo iPad.”

O capitão do voo foi chamado para resolver a situação e, segundo Carly, concordou que era importante permitir que ela usasse o iPad durante o voo. “Mas a aeromoça ainda insistiu que eu pusesse o iPad no compartimento da frente do meu assento, fora do meu alcance”, disse.

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    No Facebook, Carly diz que o tablet é “como sua boca e mãos” e que tirá-lo dela é o mesmo que colocar uma fita adesiva na boca ou atar as mãos de um surdo que se comunica por sinais

Após descerem do avião, o capitão do voo disse à adolescente que a política de segurança era “ridícula” e que os própios pilotos costumam usar iPads durante decolagens e pousos.

No Facebook, Carly fez um apelo à American Airlines para que a companhia reveja o procedimento de segurança em casos como o dela. “Imploro para que vocês mudem a politica quando tem de lidar com pessoas autistas ou portadoras de necessidades especiais”, escreveu.

Em nota, a American Airlines afirmou que os comissários de bordo são responsáveis por seguir as regras do Departamento de Transportes dos Estados Unidos, que estabelece durante a decolagem e aterrissagem a proibição do uso de eletrônicos. “Lamentamos qualquer desconforto pelo qual Carly tenha passado”, adicionaram.