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Mozilla reconhece excesso de atualizações e planeja updates automáticos para Firefox

Firefox deve ganhar recurso que atualizará o navegador assim que o usuário se conectar à internet - Divulgação
Firefox deve ganhar recurso que atualizará o navegador assim que o usuário se conectar à internet Imagem: Divulgação

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

23/08/2012 06h01

O navegador Firefox, da Mozilla, sempre foi visto como exemplo de inovação:  um dos primeiros a ter navegação por abas e criou uma loja de complementos que potencializam as funções do browser. No entanto, desde o ano passado, o navegador tem apresentado muito mais atualizações que o normal, o que causa certo transtorno a alguns usuários. A companhia reconhece que o número aumentou em função da evolução da rede e promete “consertar” o incômodo. 

“Há alguns problemas para o usuário com atualizações constantes. Mas estamos trabalhando para tornar a correção do navegador algo cada vez mais invisível, de modo que o usuário não precise fazer nada. Não queremos mais pensar em Firefox 4, 5 ou 10, o browser é apenas Firefox e pronto”, explicou Andreas Gal, diretor de pesquisa da Mozilla, em entrevista ao UOL. O Chrome, navegador do Google, já conta com a atualização automática a cada nova versão.  

Até 2011, o Firefox atualizava o software uma vez por ano – assim como fazia o Internet Explorer, seu principal concorrente na época. Seguindo essa filosofia, a companhia reunia todas as possíveis correções e as soltava em uma única versão considerada estável. De junho de 2011 a junho de 2012, o navegador da Mozilla pulou da versão 5 para a 14: em cada atualização, o usuário precisava baixar o programa e reiniciar o browser.

Guerra de navegadores

Nós somos os vira-latas nesta briga. Estamos cientes que não podemos competir na mesma escala que o Google ou a Microsoft

Andreas Gal, diretor de pesquisa da Mozilla

Segundo Gal, as alterações do Firefox tornaram-se mais frequentes, pois o ritmo de evolução da internet foi muito rápido. Em pouco tempo, os navegadores passaram a suportar aplicações HTML 5 (linguagem web que permite, por exemplo, fazer aplicações diretamente da rede). “Nosso próximo desafio é permitir a comunicação por vídeo no browser, sem a necessidade de instalar programas.”

Mercado de navegadores

De acordo com pelo menos três empresas que medem a divisão de mercado, o Mozilla Firefox é o 3º navegador mais utilizado no mundo, com aproximadamente 24% do mercado. De acordo com a StatCounter, uma dessas empresas de medição, o Chrome assumiu a liderança em julho, o Internet Explorer caiu para segundo e o Firefox, para terceiro.

“Não vejo com surpresa essa notícia, pois hoje em dia as pessoas têm diferentes navegadores em seus computadores. Para nós o que importa é que a internet tenha padrões livres e que as pessoas tenham o direito de utilizar o navegador que preferirem”, disse o executivo da desenvolvedora do Firefox.

Enquanto a Mozilla mantém uma posição mais discreta no mercado, seus principais concorrentes, Google e Microsoft, têm investido em propagandas (inclusive no horário nobre da TV) para mostrar as qualidades de seus produtos. Questionada se a companhia tem planos de fazer algum tipo de trabalho de divulgação parecido, Andreas Gal respondeu dizendo que esse não é o tipo de modelo que a empresa segue.

“Somos uma companhia sem fins lucrativos. Se você comparar nosso tamanho e os recursos que temos com o Google, nós somos uma organização pequeniníssima. Nós somos os vira-latas nesta briga. Estamos cientes que não podemos competir na mesma escala que o Google ou a Microsoft.” 

De acordo com ele, a publicidade do Firefox ocorre no boca a boca, por meio de pessoas que simpatizam com o programa e acabam falando bem do navegador para os outros.