Entidade descobre trabalho infantil e más condições em fábricas da Samsung

A entidade CLW (China Labor Watch), que monitora as condições de trabalho no país asiático, informou em relatório que há “diversos abusos” em seis fábricas da Samsung e dois fornecedores da companhia. A organização, que tem sede nos Estados Unidos, investigou as instalações das fábricas durante quatro meses e liberou um relatório sobre as condições nesta semana.

Sob o título “Is Samsung infringing Upon Apple's Patent to Bully Workers?" (A Samsung está infringindo as patentes da Apple ao intimidar trabalhadores?), o relatório lista abusos como horas extras forçadas e excessivas, trabalhos não remunerados, abusos físicos e morais e até trabalho infantil.

A referência à Apple no título tem relação com o fato de a empresa ser acusada de ser conivente com maus tratos de trabalhadores da Foxconn, companhia que fabrica a maioria dos equipamentos da empresa americana. A companhia já anunciou que vai trabalhar para dar melhores condições aos funcionários da fabricante.

Segundo o relatório da CLW, quase todos os trabalhadores são obrigados a se submeterem a uma jornada de trabalho de 12 horas e muitos funcionários sofrem discriminação de idade, gênero ou pela aparência física. Dos oito ambientes analisados pela entidade, pelo menos três empregavam menores de idade.

“As fábricas descobertas com trabalhadores menores de idade exigiam que eles fizessem o mesmo trabalho de adultos. Além disso, em uma fábrica de aparelhos MP3 e home theaters eles contratavam os menores utilizando a identidade do antigo funcionário para não infringir a lei”, diz o relatório.

A razão apontada pelo estudo para a contratação de jovens é que “eles são cooperativos e menos capazes de defender os próprios direitos.”.

A íntegra do relatório pode ser lida neste link no formato PDF (em inglês).

A CLW recentemente informou que a HEG Electronics (fornecedora da Samsung, LG e Motorola) utilizava mão de obra de menores de idade. O anúncio da entidade chinesa fez com que a Samsung mandasse investigar as condições de trabalho em 250 fornecedores.