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Com hardware de gente grande, tablet do Google "manca" quando usado no Brasil

Nexus 7 é fruto da parceria entre Google e a Asus; nos EUA, o portátil (na versão de 8 GB) custa US$ 199 - Stephen Lam/Reuters
Nexus 7 é fruto da parceria entre Google e a Asus; nos EUA, o portátil (na versão de 8 GB) custa US$ 199 Imagem: Stephen Lam/Reuters

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

28/09/2012 06h02

O tablet Nexus 7, fruto de uma parceria entre a Asus e o Google, já foi lançado nos Estados Unidos e, mais recentemente, em alguns países asiáticos. Custando US$ 199 (na versão mais barata), o tablet é a aposta do Google para derrubar a soberania do iPad em sua terra natal. Ainda sem previsão para lançamento no Brasil, a reportagem testou o portátil, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, onde ainda ficam faltando alguns de seus principais recursos. Apesar disso, o aparelho apresentou ótimo desempenho e promete esquentar a briga nos mercados em que chegar. Confira a seguir os principais destaques.

Direto ao ponto

Nome: Nexus 7
Tela: 7 polegadas (1280x800)
Processador: Nvidia Tegra 3 quad-core
Memória RAM: 1 GB
Armazenamento: 8 GB e 16 GB
Câmera: 1,3 megapixel (frontal)
Peso: 340 gramas
Dimensões: 19,85 cm x 12 cm x 1,04 cm (AxLxP)
Preço nos EUA: US$ 199 (8 GB) e US$ 249 (16 GB)
Pontos positivos: Portátil, leve e com boas especificações de hardware
Pontos negativos: Google Play não funciona completamente no Brasil

Parte física

O Google e a Asus apostam no Nexus 7 para ser o mais novo “queridinho” do mercado. De diferente dos seus pares maiores, ele traz hardware de alta qualidade e algo que o iPad não prima: a facilidade no transporte. Nos testes da reportagem, foi muito fácil colocá-lo em um bolso de calça masculina (até no da frente). Para as moças que sempre andam com bolsa, carregá-lo não será incômodo, em função de suas dimensões.

Para ajudar na “pegada” do Nexus 7, a Asus revestiu a parte traseira do aparelho com um material plástico cheio de furinhos que lembra couro. Logo, ao segurá-lo com as mãos, o usuário consegue ter conforto e segurança. O aparelho conta basicamente com três botões físicos: o de ligar e desligar e os dois de volume. Todos os comandos são feitos por meio de botões virtuais que só aparecem com o tablet ligado.

Hardware

Na parte de hardware, o tablet tem características de gente grande. O processador do portátil é o Nvidia Tegra 3 (quad-core de 1,3 GHz cada núcleo) com 1 GB de memória e é comercializado apenas na opção com Wi-Fi (não tem versão 3G). Ele é vendido com o sistema operacional Android Jelly Bean e com duas capacidades de armazenamento: 8 GB e 16 GB – pequenas, baseadas na oferta dos concorrentes, que vai de 16 GB a 64 GB.

Os pequenos espaços para armazenamento dizem exatamente o que Google e Asus querem com o Nexus 7. Basicamente, ele é um tablet dependente da internet (ou nuvem, se você prefere o termo da moda). É até possível utilizá-lo como um pendrive, ao conectar ao computador, mas o foco mesmo do portátil é o consumo de conteúdo (preferencialmente, do Google).

Baseado na baixa capacidade de armazenamento, a experiência do Nexus 7 no Brasil fica empobrecida, pois ele funciona muito bem com os recursos completos do Google Play (loja de conteúdo do Google com música, filmes e livros).  Se quiser ouvir música no Nexus 7, por exemplo, o usuário deve ter uma conta no Google Play Music (que não está disponível no Brasil) e sincronizar com a internet. Logo, sem chance, para usuários brasileiros.

No tablet testado, havia o filme “Transformers” disponível gratuitamente no Google Play. Porém, ao dar play, o sistema reconhece que há uma tentativa de acesso fora dos Estados Unidos e bloqueia a visualização. O mesmo acontece para a aquisição de livros no Google Play.

“Um dos motivos pelos quais ainda não trouxemos o tablet para o Brasil é o fato de ele só fazer sentido com ecossistema de conteúdo. Ele não tem a função de pendrive ou entrada para cartão de memória. Para funcionar bem, ele precisa que o Google Play funcione no país”, disse Guido Alves, gerente de marketing da Asus.

Em entrevista ao programa de TV “Conta Corrente” (do canal a cabo Globo News), o brasileiro Hugo Barra, diretor de produtos do Google, disse que o Google Play chega ao país até o fim de 2012.

Sistema Jelly Bean

No rápido teste que a reportagem fez com o Nexus 7 , o sistema operacional Jelly Bean (4.1) pareceu visualmente muito com o seu antecessor, Ice Cream Sandwich (4.0). Ele conta com algumas perfumarias, mas o grande diferencial é a rapidez causada pelo que o Google chamou de Project Butter. Esta tecnologia faz com que o sistema antecipe os toques na tela e deixe a abertura de ferramentas mais rápida.

  • Guilherme Tagiaroli/UOL

    Busca por voz do sistema Jelly Bean entende usuário e apresenta resultado personalizado com foto

Como novidade visual, o usuário vai notar que a área de notificações do sistema ficou mais esperta: aparecem as já famosas notificações de e-mail (agora dá até para ver a foto, caso o usuário seja do Gmail), mensagens, notificações de compromisso (com a possibilidade de enviar uma notificação de atraso).

Mas o que mais chamou a atenção é o Google Now, um recurso exclusivo do Jelly Bean que funciona bem no Brasil, pois ele reúne informações disponíveis nos serviços Google. Feito para ser uma espécie de assistente pessoal (qualquer semelhança com a Siri, da Apple, pode ser mera coincidência), o Now traz informações úteis ao usuário baseado em sua localização.

Por exemplo: acabou o expediente do usuário e ele quer ver informações sobre transporte público. O Now, baseado na localização, vai indicar quais são os pontos de ônibus mais próximos e informar o horário previsto em que o veículo passará pela parada. Ele faz o mesmo com o tráfego para quem utiliza carro: mostra como está o trânsito para a casa da pessoa baseado nas informações cadastradas pelo dono do tablet.

O Google Now também mostra lugares interessantes (como bares e restaurantes), previsão do tempo, status de voos ou até informações sobre seu time favorito (infelizmente, não tinha equipes brasileiras).

A busca por voz do Google também ficou mais esperta e até entende perguntas. Nos testes, por exemplo, foi questionado quem é a presidente do Brasil em inglês. O mecanismo retornou uma espécie de ficha com uma foto da Dilma Rousseff. Também é possível saber dados como a altura da torre Eiffel ou a população de um país.

Ao fazer as mesmas perguntas em português, o sistema apenas retornou uma busca comum do Google – como se o usuário tivesse digitado a dúvida.

Veja vídeo promocional do lançamento do Nexus 7 (em inglês)