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Google e Amazon passam a vender livros no Brasil; leitor Kindle vai custar R$ 299

Leitor de livros eletrônicos Kindle, da Amazon, chega oficialmente ao Brasil a partir de R$ 299 - Divulgação
Leitor de livros eletrônicos Kindle, da Amazon, chega oficialmente ao Brasil a partir de R$ 299 Imagem: Divulgação

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

06/12/2012 02h24Atualizada em 06/12/2012 18h40

Google Play (loja de conteúdos do Google) e Amazon começaram, sem alarde, a venda de livros eletrônicos no mercado brasileiro. Ambas anunciaram em suas páginas oficiais a notícia, no início da madrugada desta quinta-feira (6). No caso da Amazon, a companhia ainda informa que vai vender o leitor eletrônico Kindle no Brasil com preço sugerido de R$ 299 – nos Estados Unidos, o mesmo aparelho custa US$ 69 (aproximadamente R$ 145).

A versão do Kindle que será vendida no Brasil, pelo que indica o site da Amazon Brasil, é a mais simples. Ele conta com conexão Wi-Fi, tela de 6 polegadas (convencional, não é sensível ao toque) com a tecnologia e-ink e 2 GB de armazenamento (que comporta até mil livros eletrônicos). A carga de bateria do leitor digital pode chegar a um mês com a opção de Wi-Fi desligada. 

Em entrevista ao UOL na tarde desta quinta-feira, David Naggar, vice-presidente de conteúdo Kindle, disse que a companhia tem intenção de trazer toda a linha de produtos da Amazon (que é composta por leitores digitais e tablets), mas não deu a menor ideia de quando virão e se, de fato, serão vendidos no Brasil. "Esse é o primeiro dia da Amazon no Brasil. Estamos muito felizes pelo anúncio da loja virtual de livros em língua portuguesa e do Kindle, que vai chegar nas próximas semanas ", disse.

De modo geral, o preço dos livros na Amazon é um pouco mais baixo que a versão impressa.  O livro “Cinquenta Tons de Cinza”, por exemplo, é vendido, em média, por R$ 29,90 nas livrarias. Em e-book, o livro custa R$ 21,90. Porém, há exceções: A biografia de Steve Jobs, escrita por Walter Isaacson, é vendida no formato e-book por R$ 32,50, enquanto a impressa custa cerca de R$ 30. 

Questionado se existe, baseado na experiência da Amazon em outros países, um determinado período para a redução do preço dos títulos, Naggar informou que depende muito do mercado. “Na Alemanha, por exemplo, tem uma lei que fixa o preço de e-books, mesmo assim os usuários de lá têm gostado muito da loja. Qualquer baixa de preço que obtivermos junto aos nossos parceiros, nós, com certeza, repassaremos aos consumidores."

A Amazon informa que sua loja contém mais de 5.000 títulos gratuitos de autores clássicos como Machado de Assis e Eça de Queiroz. Ao todo, serão 13 mil títulos disponíveis em português. Os livros eletrônicos comprados na Amazon podem ser lidos em dispositivos Android, iOS, computadores com sistema Mac e Windows desde que tenham um aplicativo do Kindle instalado.

A varejista americana informa que, por enquanto, os únicos serviços que vão disponibilizar no Brasil são a venda de livros virtuais e do leitor de e-books Kindle.

Google

Já o Google, além da loja de livros, também começará a disponibilizar no Google Play filmes para usuários de dispositivos Android. Como na loja da Apple, existe a opção de compra e aluguel dos títulos disponíveis.

Na loja de filmes, há títulos recentes como "Homens de Preto 3", "O Espetacular Homem Aranha" e "O Ditador". Para comprar um filme na loja virtual, o usuário pagará a partir de R$ 12,90. Já a faixa de preços para aluguel começa com R$ 3,90. Os valores de compra ou aluguel de arquivos podem variar conforme a qualidade.

O aluguel funciona da seguinte forma: o usuário faz a compra via cartão de crédito e tem até 30 dias para assistir ao filme. Depois de começar a ver, quem alugou tem 24 horas para terminar o vídeo. É possível baixar o arquivo ou assisti-lo via streaming (diretamente da internet).

A título de comparação, logo na estreia, o livro “Jogos Vorazes” era vendido por R$ 27,50 nas lojas da Amazon e do Google. Na loja de livros da Apple, o mesmo livro eletrônico custa US$ 13,99 (aproximadamente R$ 29,30).

A chegada das duas lojas virtuais acirra a concorrência no mercado brasileiro de livros digitais. A primeira grande “livraria virtual” do país foi a iBookstore, da Apple, que como os anúncios desta quinta, foram feitos também sem alarde. Após a companhia americana, a canadense Kobo apresentou o leitor eletrônico Touch (com tela sensível ao toque) em parceria com a Livraria Cultura por R$ 399. O acervo de livros disponíveis em português é de 12 mil títulos. Ao todo, há agora pelo menos quatro grandes players de livros digitais no Brasil.