Com preço de smartphone, iPod nano tenta convencer com tela maior e design ultrafino

Ter um tocador MP3 atualmente é um item de luxo para a maioria dos usuários, uma vez que boa parte dos celulares (mesmo os mais baratos) já conta com o recurso. No entanto, a Apple, com a sétima geração do iPod Nano, quer convencer o consumidor a ter um aparelho dedicado a esta função com formato elegante, um novo fone de ouvido super ergonômico e alto e ainda aliado a uma tela maior. Tudo isso por R$ 759 (US$ 150, nos Estados Unidos) ou, se você preferir, o preço de um smartphone Android intermediário.

O novo nano é fino (5,4 milímetros de espessura), levíssimo (31 gramas) e ganhou um botão home (fisicamente, ele é igual a um iPod touch super reduzido). Ao colocá-lo no bolso, quase não é possível sentir que ele está lá. Usuários da versão anterior talvez sintam falta da presilha, que além de prender o tocador na roupa, também garantia segurança ao dono do aparelho, pois era possível ter certeza que ele está preso ao corpo.  

A tela de 2,5 polegadas (gigante comparada a do modelo anterior de 1,5 polegada) do nano finalmente permite visualizar de forma aceitável conteúdos multimídia (vídeos e fotos). No modelo anterior, mesmo para exibir imagens era horrível num espaço tão pequeno. O aplicativo Nike +, que mede atividade física, também fica mais decente no display do tocador da Apple: não precisa nem “rolar” a tela para baixo para ver todos os resultados, os principais já aparecem de cara.

Faz falta no aparelho um pequeno alto-falante. Caso o usuário, por exemplo, tenha marcado para correr um determinado tempo no aplicativo Nike+, ele só saberá o tempo final se estiver usando fone de ouvido. O alto-falante também poderia servir para usar o dispositivo como despertador ou timer. A função de ouvir música em lugares públicos seria proibida por motivos de alto grau de inconveniência.

Transferência de arquivos

Para o bem (ou para o mal) o processo para transferir arquivos para o tocador da Apple é o programa iTunes: há quem ame e quem odeia a interface. O iPod nano tem suporte a redes Bluetooth 4.0 – o que fez os olhos da reportagem brilharem na possibilidade de transferir arquivos desta forma para o player --, no entanto, a tecnologia sem fio só permite reproduzir o som do tocador em fones de ouvido, alto-falantes e sons automotivos que suportam bluetooth.

De qualquer jeito, a função de bluetooth pode ajudar quem tem algum dock alto-falante antigo que funciona em dispositivos Apple. Como o iPod nano vem com o novo conector lightning (os modelos anteriores eram de 30 pinos), quem adquirir o tocador não precisará comprar um conversor para funcionar no dock. Dessa forma, será possível estar segurando o iPod nano na cama, enquanto o som do aparelho é reproduzido em um alto-falante à distância.

Fone de ouvido de responsa

Talvez uma das maiores qualidades do nano é o fone de ouvido EarPod, que já vem incluso nos novos tocadores da Apple.  A diferença é gritante comparado ao modelo anterior.  Ele é bem alto e encaixa de forma confortável e firme na orelha – mesmo em movimento é difícil que ele escape. Segundo a Apple, o fone foi resultado de uma extensa pesquisa com centenas de formatos de ouvido em busca de um denominador comum.

O ótimo som do EarPod deve-se ao seu formato. O acessório conta com duas saídas de som, sendo uma delas direcionada ao canal do ouvido. Isso ajuda (e muito) na reprodução de arquivos que contenham graves. Apesar de não ter “cancelamento de ruído”, durante os testes da reportagem em ambientes barulhentos (metrô e ônibus), foi possível ouvir música no talo, sem nenhuma interferência de ruídos externos. Em tempo, utilizar fones de ouvido em volume muito alto pode causar deficiência auditiva.

Conclusão

Para quem quer um aparelho dedicado para ouvir música, o iPod nano é um ótima opção por ser ultraportátil e pelo ótimo fone de ouvido que vem “no pacote” (comprado separadamente, o EarPod custa R$ 129). Outro chamariz do aparelho é trazer o aplicativo Nike+ para quem gosta de monitorar informações de atividades físicas.

No entanto, o aparelho pode não fazer sentido (sobretudo pelo preço) para quem costuma ouvir música no celular. Com o valor do nano (R$ 749, com 16 GB de armazenamento) é possível comprar um bom smartphone com tocador de música, GPS, rádio e tela maior. Vai do gosto e, principalmente, do bolso do freguês.