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CES 2013: 'Supertablets' exageram tanto no tamanho que servem melhor como monitores

Ana Ikeda

Do UOL, em Las Vegas (EUA)

09/01/2013 08h03

Eles já foram chamados de ultraportáteis pela leveza e praticidade. Mas parece que o termo "tablet", mágico no mercado, foi tomado emprestado para designar uma nova categoria de monitores multitoque. Entre as fabricantes que apostam nos "supertablets" estão Panasonic, Lenovo e ViewSonic, que mostram alguns desses modelos na CES 2013.

Com a resolução "da moda", o 4K (quatro vezes maior que de displays Full HD, com 3.840 pixels x 2.160 pixels), o tablet da Panasonic tem uma tela de 20 polegadas com tecnologia IPS e tem aspecto 15:10. Mas, apesar do nome, a concentração de pixels da tela do supertablet ainda fica abaixo da quarta geração do iPad. São 230 ppi (pixels por polegada) no tablet da Panasonic; enquanto o da Apple tem 264 ppi.


Fica impossível segurar por mais de alguns minutos o supertablet usando as duas mãos (com uma, nem pensar). Isso porque ele tem peso de "elefante" comparado a tablets comuns: pesa 2,4 kg ou cerca de quatro vezes o peso da quarta geração do iPad (662 gramas). Para usá-lo, só se for apoiado ou com alguma base.

Com a portabilidade comprometida, o tablet 4K serve mais como monitor - ou um desktop mais compacto, como os já conhecidos tudo-em-um - do que propriamente como tablet.

Segundo representantes no estande da Panasonic, o supertablet é indicado para uso profissional. É possível utilizá-lo como um display para exibir anúncios e permitir que consumidores interajam com o seu conteúdo; pode ser usado ainda por arquitetos e engenheiros para a visualização de plantas e projetos, com a vantagem de poder usar uma caneta para fazer apontamentos no desenho. Também pode ser útil para fotógrafos para realizar pequenas edições, por exemplo.

Na configuração, o 4K Tablet da Panasonic traz Windows 8 Pro, processador Intel core i5 de 1,8 Ghz, placa de vídeo Nvidia e 4GB de armazenamento (que pode ser expandida até 128GB). O dispositivo ainda não tem preço e deve ser lançado neste ano no mercado.

  • Júlio César Guimarães

    Exemplo de como tablet pode ser usado por arquitetos e engenheiros para a visualização de projetos

Mais "tabletões"
Completam a turma dos "supertablets" aparelhos lançados pela Lenovo e ViewSonic, mas com mais opções - ainda maiores que o da Panasonic.

O  IdeaCentre Horizon Table PC tem tela de 27 polegadas e é um peso "pesado" dos supertablets: tem cerca de 7,7 kg - nada portátil. A novidade tem processador Intel Core i7, até 8 GB de RAM e 1 terabyte para armazenamento. Ele será lançado no final do primeiro semestre por US$ 1.700 (cerca de R$ 3.400).

Já o VSD240, da ViewSonic, traz uma tela um pouco menor, de 24 polegadas e roda Android Jelly Bean com um processador Nvidia Tegra 3 com quatro núcleos. A ViewSonic, aliás, não chama seus dispositivos de supertablet, mas sim de "PC less" (algo como "menos PC").

Para reforçar a tese de que esses supertablets são mesmo monitores incrementados, se você não quiser usar o sistema do Google pode conectar o laptop com Windows 8 ao VSD240 e usá-lo via tela multitouch do supertablet. No teste do UOL Tecnologia, a tela não respondeu tão rapidamente quanto o desejável. Segundo a fabricante, ele começará a ser vendido em abril nos Estados Unidos por US$ 675 (cerca de R$ 1.375).

Outros modelos são o VSD220, com tela de 22 polegadas e Android Ice Cream Sandwich, e o VSD190, de 19 polegadas e Android Jelly Bean. O primeiro modelo, já à venda nos Estados Unidos, custa US$ 543 (cerca de R$ 1.100); o segundo, US$ 499 (cerca de R$ 1.100).

Todos os modelos contam com uma aba para apoio; até porque sem ela fica difícil operá-los.