iPod touch conquista pela elegância, mas valor do gadget pode acabar com encanto

O iPod touch é, literalmente, um artigo de luxo. Não só pela elegância e as belas formas arredondadas nas pontas. Com esses predicados, o touch de quinta geração, que não passa de um “iPhone que faz tudo menos ligação”, encanta em um primeiro contato. No entanto, o preço do tocador multimídia pode causar o mesmo efeito do príncipe que se transforma em sapo: R$ 1.199 em sua versão mais barata, com 32 GB de armazenamento.

Faz um monte de coisas, mas o som é bom?

É difícil especificar tudo que o iPod touch pode fazer, pois, com os aplicativos, o aparelho pode se transformar naquilo que o usuário quiser (lanterna, mapa, guia de viagem, videogame, etc). Na função de tocador de música, o gadget surpreende pela boa reprodução de áudio, cuja experiência é melhorada pelo ótimo fone EarPod, da Apple.

A qualidade do fone de ouvido não se compara com o modelo anterior, tamanha a superioridade da nova versão.  O formato do EarPod ajuda no “cancelamento de ruído externo”, criando a sensação de o som estar mais alto. Dessa forma, não é preciso exagerar no volume.

O problema é que o “falso cancelamento de ruído”, para quem é pedestre, pode causar (tranquilamente) acidentes. Em uma volta por São Paulo, o repórter quase foi atropelado duas vezes enquanto usava o fone com o iPod touch.

O ponto negativo do eletrônico é a ausência de rádio FM, o que pode decepcionar alguns usuários. A maioria dos tocadores disponíveis no Brasil já conta com o recurso.

Hardware bom com processador “esquentadinho”

O touch é um aparelho com design lindo. A tela touchscreen é retina de 4 polegadas (tem uma definição superior à de televisores Full HD). A parte traseira do dispositivo é de aço escovado, o que chama atenção por dois motivos: o acabamento do aparelho fica elegante e minimalista, mas sem uma capa ele pode virar um "sabonete". Contribui ainda para isso o fato de ele ser finíssimo (tem 0,61 cm de espessura) e levíssimo (pesa 88 gramas).

Agora, se o objetivo é deixá-lo predominantemente no bolso (enquanto ouve música), o iPod touch parece uma pena. As dimensões do tocador fazem dele um aparelho discretíssimo e que não incomoda durante uma corrida, por exemplo.

O processador é o A5 (o mesmo do iPhone 4S). Ele é dual-core (tem dois núcleos) e bem rápido. O problema, clássico de dispositivos móveis, é que a parte externa do iPod touch esquenta dependendo da aplicação aberta. Nada que incomode muito. No entanto, comprar um aparelho por  mais de R$ 1.000 e constatar um aumento de temperatura enquanto você joga é dureza...

Boa bateria

Talvez a melhor definição para o iPod touch seja o de "iPhone 5 dos sonhos". Isso porque, apesar de os dois gadgets serem fisicamente muito parecidos, o touch, com sua conexão Wi-Fi, consegue uma autonomia de dois dias navegando na internet e ouvindo música, conforme testou a reportagem. Ou seja: um feito que nenhum smartphone consegue atingir (com uso frequente de internet 3G).

De acordo com a Apple, a autonomia da bateria chega a 40 horas de reprodução de música ininterruptas. Para arquivos de vídeo, a bateria (com a carga completa) consegue reproduzir 8 horas seguidas.

Software e aplicativos

Quem já conhece os aparelhos da Apple não terá nenhum problema de adaptação com o iPod touch: a transmissão de arquivos é feita toda feita via iTunes e os aplicativos são baixados na App Store, da Apple.  Neste processo, será necessário criar um login no site da empresa.

Também não custa lembrar aos desavisados que aparelhos com tecnologia Bluetooth da Apple (caso do iPod touch e de outros) não transmitem arquivos para dispositivos de outros fabricantes (quer passar uma música para seu amigo que tem um aparelho Android? Mande por e-mail). Mesmo assim, para haver transferência Bluetooth entre gadgets Apple , é necessário a instalação de algum aplicativo, como o Bump.

O sistema operacional iOS 6 embarcado é bem parecido com a versão dos iPhones, mas com uma pequena limitação. Pelo fato de o iPod touch não contar com um sensor de iluminação, não existe no sistema uma opção de brilho automático. A parte chata da história é que, dependendo do ambiente que o usuário estiver, ele terá de ajustar “na mão” o brilho da tela. A experiência de acordar com um iPod touch com o brilho no máximo é horrível.

Conclusão

O iPod touch é, sem dúvida, um dos melhores players de música disponíveis no mercado. Ele é praticamente um iPhone 5, só que mais fino e leve. A título de comparação, ele pesa 88 gramas, enquanto seu concorrente, Samsung Galaxy Player 4.2, pesa 116 gramas.

Se o objetivo for só ouvir música, com o dinheiro de um touch é possível comprar pelo menos dois aparelhos da concorrência com funções semelhantes. Porém, se o objetivo é ouvir música com qualidade e ainda "ganhar" diversas outras funções, quem adquirir um touch não se decepcionará.