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"Não olhamos o perfil do Facebook de nossos candidatos", diz recrutadora da rede social

Carolina Verdelho, recrutadora do Facebook, afirma que a empresa não olha os perfis dos candidatos na própria rede social ao selecioná-los para vagas - Ana Ikeda/UOL
Carolina Verdelho, recrutadora do Facebook, afirma que a empresa não olha os perfis dos candidatos na própria rede social ao selecioná-los para vagas Imagem: Ana Ikeda/UOL

Ana Ikeda

Do UOL, em São Paulo

30/01/2013 06h01Atualizada em 30/01/2013 16h28

Enquanto várias empresas "bisbilhotam" os perfis em redes sociais de candidatos em processo de seleção, o próprio Facebook dispensa a prática -- e até é bem tradicional na contratação de profissionais. A rede social funciona mais como uma plataforma para o processo de seleção. É o que garante Carolina Verdelho, recrutadora da rede social no Brasil, que participou de uma palestra sobre o tema na Campus Party 2013, evento de tecnologia que ocorre em São Paulo.

"Não olhamos o perfil. A empresa não tem o menor controle ou interesse sobre o que ele posta nas redes sociais. A informação no currículo é mais importante. É lá que está o perfil dele", frisa a profissional. O perfil no Facebook, segundo a empresa, serve mais para observar as conexões dos candidatos em casos de recomendações feitas por pessoas já no quadro de funcionários da empresa; além disso, parte do processo de recrutamento ocorre pela rede social, como a busca por vagas e o envio dos currículos.

Carolina afirma ter recebido cerca de 400 currículos nos últimos 40 dias para vagas no escritório brasileiro do Facebook, que fica em São Paulo. "Está abaixo da nossa média, mas é preciso levar em consideração os feriados de Natal e Ano Novo", explica. Atualmente, existem 13 vagas abertas no Brasil; mais de 40 profissionais já compõem o quadro de funcionários da empresa.

Recrutamento

Segundo Carolina, o processo de seleção do Facebook é bem tradicional, apesar do perfil da empresa ser mais "descolado". Primeiro, são avaliados candidatos indicados por funcionários da própria companhia. A prática é comum na área de tecnologia (caso do próprio Facebook): as empresas até dão um bônus para o funcionário, caso o candidato que ele indicou seja efetivado.

Em segundo lugar, são avaliados os currículos já existentes no banco de dados da empresa. "Se depois dessas etapas ainda não tivermos alguém para aquela vaga, então anunciamos no site."

Ao receber os currículos para o Facebook (que são enviados pela própria plataforma da rede social), Carolina avalia principalmente dois fatores: se o candidato possui inglês avançado ou fluente, segundo ela indispensável para trabalhar na companhia, e se ele atende aos requisitos da vaga. Apesar de parecer óbvio, a maioria dos currículos é descartada na primeira triagem por não estarem de acordo com o que foi pedido pela empresa.

"A dica principal que eu daria para quem quer trabalhar no Facebook é a transparência nas informações do currículo." Isso porque, diz ela, depois da análise do currículo, o candidato é chamado para uma série de entrevistas (primeiro por telefone e, depois, pessoalmente). Se o inglês não for fluente ou as informações passadas no currículo forem "aumentadas", a recrutadora do Facebook afirma ser fácil detectar as mentiras.