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EUA acusam governo chinês de realizar ataques cibernéticos para roubar informações

Do UOL, em São Paulo

07/05/2013 09h18

Um relatório do Departamento de Defesa norte-americano, entregue na segunda-feira (6) ao Congresso, acusa o governo chinês de realizar ataques cibernéticos contra organizações governamentais dos EUA. O objetivo dessas ações seria capturar informações que podem ser “exploradas” durante uma crise. A China negou as acusações.

“Em 2012, numerosos sistemas de computação de todo o mundo, incluindo do governo dos Estados Unidos, continuaram sendo alvo de invasões. Algumas delas parecem ser atribuídas diretamente a organizações governamentais e militares da China”, afirmou David Helvey, secretário-assistente do Departamento de Defesa para assuntos da Ásia Oriental. Ele falou a repórteres sobre o relatório que analisa questões militares e de segurança sobre a China.

O texto diz que a China usa sua capacidade de invadir sistemas para coletar dados de setores (como diplomático e econômico) que apoiam programas de defesa norte-americanos. Essas informações, de acordo com o relatório, podem ser usadas para beneficiar as indústrias de defesa e de alta tecnologia da China, “interessadas na liderança dos Estados Unidos”. Além disso, podem ajudar a mapear o sistema de defesa e capacidades militares dos Estados Unidos, algo útil aos chineses “durante uma crise”.  

Os EUA afirmam que o conhecimento e habilidades empregados nessas ações são semelhantes àqueles usados em ataques cibernéticos.

Ao analisar o documento, o “New York Times” diz que as acusações chamam atenção pela forma direta como foram expostas. Segundo a publicação, o governo sempre evitou acusar explicitamente o governo chinês de ataques cibernéticos contra os Estados Unidos – apesar disso, acredita-se que 90% dessas ações tenham origem na China.

China nega
Hua Chunying, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, criticou o relatório nesta terça-feira (7). “A China disse repetidas vezes que é contra todas as formas de ataques hackers. Estamos tentando manter um diálogo construtivo e equilibrado com os Estados Unidos sobre a segurança da internet. Mas rechaçamos qualquer acusação e especulação infundada, pois elas só atrapalham os esforços de cooperação”, afirmou, ainda segundo o “NYT”.

O jornal diz que o relatório não cita ações de ciberdefesa dos Estados Unidos, que gasta bilhões de dólares todos os anos construindo e desenvolvendo ferramentas virtuais sofisticadas também para essas atividades. “O diretor da Agência de Segurança Nacional, Keith Alexander, disse recentemente ao Congresso que estava criando mais de uma dúzia de ciberunidades voltadas a organizar ataques, quando necessário, a redes estrangeiras de computadores”, lembra a publicação.