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Evasão fiscal da Apple nos EUA chega a US$ 74 bi, aponta inquérito

23.out.2012 - Tim Cook, diretor-executivo da Apple, apresenta linha de produtos em San Francisco  - Marcio Jose Sanchez/AP
23.out.2012 - Tim Cook, diretor-executivo da Apple, apresenta linha de produtos em San Francisco Imagem: Marcio Jose Sanchez/AP

Do UOL, em São Paulo

20/05/2013 19h49

Uma investigação do Congresso americano aponta que a Apple conseguiu evitar o pagamento de cerca de US$ 74 bilhões (R$ 151 bilhões) em impostos entre 2009 e 2012, mesmo sendo a empresa de tecnologia mais rentável do país. A manobra teria sido possível por meio de uma complexa rede de filiais ao redor do mundo. As informações são do “New York Times”.

De acordo com os investigadores, algumas dessas subsidiárias da Apple não possuem funcionários e são dirigidas por funcionários do alto escalão da sede da fabricante, em Cupertino, na Califórnia (EUA). Ao fazer isso, a empresa tornou as filiais livres de impostos, da manutenção de registros e da entrega de declarações fiscais.

Como exemplo, está a filial da Irlanda, que pagou ao país apenas um vigésimo de 1% de imposto de US$ 22 bilhões (cerca de R$ 44 bilhões) sobre o lucro antes dos impostos de várias operações.

O senador democrata Carl Levin, presidente do Subcomitê Permanente de Investigações do Senado nos Estados Unidos, disse que a Apple descobriu “o santo graal da evasão fiscal. “Ela criou entidades offshore de dezenas de bilhões de dólares enquanto dizia ser declarante de impostos aqui”, disse.

Segundo o jornal, a Apple não quis se pronunciar sobre os dados do inquérito nos EUA. A empresa forneceu o documento que será lido pelo seu diretor-executivo, Tim Cook, em uma audiência nesta terça-feira (21) perante a subcomissão do Senado. Ele vai frisar, conforme o texto, que a Apple é uma das maiores pagadoras de impostos nos EUA, tendo pago US$ 6 bilhões no último ano fiscal.

Reforma tributária

Segundo a “Reuters”, a Apple vai defender uma reforma tributária abrangente na terça-feira (21), tornando-se a mais recente empresa de tecnologia a enfrentar questionamento sobre suas práticas fiscais offshore.

Num depoimento divulgado antes da fala do presidente-executivo da companhia, Tim Cook, diante do subcomitê permanente de investigações, a Apple disse que não se vale de "truques fiscais", como mover a propriedade intelectual para paraísos fiscais ou usar contas correntes nas Ilhas Cayman.

Cook enfrentará perguntas dos legisladores sobre recursos de sua companhia no exterior e contas fiscais. As audiências no subcomitê terão foco em como e por quê as companhias norte-americanas mantêm recursos no exterior para reduzir seu pagamento de impostos.