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Sinal do 4G no Brasil enfrenta obstáculos ''naturais''; entenda

Ana Ikeda

Do UOL, em São Paulo

29/05/2013 05h00

O usuário que pensa em contratar o serviço de 4G deve levar em consideração, nessa etapa, que a tecnologia funcionará em complementariedade ao 3G já implantado. Por enquanto, a Anatel exige que até 50% da área urbana das seis cidades-sede da Copa das Confederações tenha cobertura do 4G.

Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, acredita que essa porcentagem de cobertura possa ser ultrapassada caso a demanda pelo novo serviço cresça. “Mas nesse início é muito difícil ter uma cobertura mais alta”, diz.

Testes feitos pelo UOL Tecnologia revelam que há grande diferença entre a velocidade de upload (dados do celular para a antena de comunicação) e download (dados da antena para o celular). Esse fenômeno é normal, segundo Tude. “As redes são projetadas para que essa velocidade de download seja maior. Por enquanto, com poucos usuários, ela vai ser bem alta. A expectativa é que a média fique entre 10 a 12 Mbps”, explica.

Essa velocidade máxima de download, prossegue Tude, é comumente ajustada pelas operadoras. A rede 3G, por exemplo, atinge em média 1 Mbps em razão disso. “Se a operadora opera em uma faixa de menos banda, provavelmente vai limitar a velocidade máxima de download.”

Outro obstáculo ao sinal do 4G é a faixa de frequência escolhida no Brasil para ofertar o serviço, que vai de 2500 a 2600 Mhz. “Essa frequência mais alta implica em um comprimento de onda menor. Quando você espalha essa onda, ela tem consequentemente um alcance menor, há mais perda de sinal em espaços livres”, detalha. Em shoppings e estádios, por exemplo, é necessário a instalação de antenas internas.

Essa característica também faz com que o sinal do 4G tenha maior dificuldade em penetrar em espaços fechados, como prédios e casas. “Quanto mais alta a frequência da rede, mais difícil é para o sinal atravessar obstáculos físicos”, afirma Tude. Com isso, o especialista acredita que o usuário do 4G vai acabar sentido mais dificuldade de usar o serviço dentro de casas e prédios. “Mesmo que no bairro dele haja cobertura, dentro dos prédios o sinal pode não conseguir penetrar.”