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Usar comandos de voz no trânsito é mais perigoso que fazer uma ligação, diz pesquisa

Imagem cedida pela AAA (Associação Automobilística Americana) mostra pesquisa com motorista enquanto usam aplicações de comandos de voz. Esses programas distraem mais que uma chamada no telefone - EFE/AAA
Imagem cedida pela AAA (Associação Automobilística Americana) mostra pesquisa com motorista enquanto usam aplicações de comandos de voz. Esses programas distraem mais que uma chamada no telefone Imagem: EFE/AAA

Do UOL, em São Paulo

12/06/2013 17h37

As alternativas para envio de SMS ou para responder e-mail por meio de comandos de voz acabam causando mais distração aos motoristas que falar ao telefone. A descoberta foi feita por meio de uma pesquisa realizada pela AAA (Associação Automobilística Americana).

De acordo com a entidade há um consenso de que ao usar aplicativos de comandos de voz,  o motorista sempre estará com as mãos no volante e com a atenção voltada para a estrada. No entanto, a pesquisa descobriu que usar tais aplicações no trânsito exige mais atenção que fazer uma chamada, conversar com um passageiro, ouvir um áudio-livro e ouvir música.

Quanto maior a concentração exigida para executar uma tarefa, maior a probabilidade de o motorista desenvolver o que os pesquisadores chamaram  de “desatenção cega”. Ou seja, a atenção no tráfego acaba quase toda voltada para a tarefa de emitir comandos de voz, deixando detalhes como sinais de trânsito e os espelhos do carro de lado. Dessa forma, as pessoas, por mais que estejam olhando para frente, não conseguem tomar decisões seguras.

“As pessoas não estão enxergando o que elas precisam ver enquanto dirigem”, disse Peter Kissinger, presidente e diretor-executivo da aliança automobilística. “Em relatórios preenchidos pela polícia há comentários do tipo ‘olhei, mas não vi’. Nós achávamos que eles estavam mentindo, mas agora nós sabemos que isso é verdade”.

Pesquisadores da universidade de Utah, que conduziram a pesquisa encomendada pela AAA, analisaram as ondas cerebrais, o movimento dos olhos, o desempenho no volante e outros indicadores com 32 estudantes, enquanto eles dirigiam e faziam alguma outra atividade – como ouvir música ou enviar e-mails.

Uma das teses defendidas por David Strayer, professor de psicologia da instituição de ensino americana, é que lidar com aplicações que não necessitam das mãos exigem grande concentração, pois o motorista deve pensar de forma muito precisa em seu comando para ele ser obedecido – aliás, ele está conversando com um computador. Além disso, a resposta ao comando pode não ser tão clara, pois as vozes de robô de aplicativos costumam ser mais difíceis de compreender.

“Quanto mais complexas forem as interações [entre o motorista e aplicações de comandos de voz], maior a probabilidade de haver deficiências enquanto você dirige”, conclui Strayer.

Usar smartphone ao volante é mais perigoso que celular comum

(Com "Daily Mail")