Operadora é acusada preconceito no Reclame Aqui; empresa nega autoria de resposta
Uma queixa no Reclame Aqui sobre os serviços da Minas Mais Telecom, operadora de internet, foi respondida em nome da empresa com comentários preconceituosos contra nordestinos. A Minas Mais Telecom alega, no entanto, que uma pessoa desconhecida é autora das mensagens e afirma investigar o caso.
“Quando comparado às demais regiões do país, temos sérios problemas no Nordeste, o nordestino tem isto mesmo, de não gostar de trabalhar, de não ter responsabilidade, de ser o que são”, diz um trecho da resposta publicada pelo perfil da empresa no Reclame Aqui. Ela foi dada no último dia 11 de julho a um cliente de Aracaju (SE) que afirma ter problemas recorrentes com a operadora e dificuldade de contato para resolução deles.
Comentários preconceituosos contra nordestinos tem autoria negada pela Minas Mais
O conteúdo se tornou viral nas redes sociais – só no Facebook, alcançou 6.500 compartilhamentos. Em outra queixa feita no Reclame Aqui, questionando a Minas Mais sobre os comentários contra nordestinos, o mesmo perfil afirma que as respostas “estavam sendo feita por um antigo funcionário” e que “só agora a direção da empresa ficou sabendo” dessa situação.
Em resposta ao UOL Tecnologia, Otacilio Lopes de Sousa, diretor comercial da Minas Mais, alegou por e-mail que “uma pessoa desconhecida” seria a autora dos comentários preconceituosos e feitos sem o consentimento da empresa. “A Minas Mais jamais diria um absurdo deste”, afirmou por e-mail. O caso, diz a operadora, está sob investigação interna.
A Minas Mais informou ainda que publicou retratações a respeito dos comentários no próprio Reclame Aqui e “em vários veículos”, entre eles a TV Atalaia. “Nossa diretoria jurídica e financeira é formada por nordestinos, pessoas de alta integridade”, prossegue Sousa.
Responsabilidade legal
Ainda que a empresa negue a autoria do post, ela pode responder legalmente pelo conteúdo preconceituoso publicado, explica Gisele Arantes, advogada especialista em Direito Digital e sócia do PPP Advogados. “Ela pode ser processada por quem foi ofendido e responder por danos morais”, afirma.
Mesmo que o autor das respostas seja identificado e a empresa se retrate publicamente, a especialista diz que há o princípio de “responsabilidade objetiva”. Ou seja, o dano já foi cometido e por alguém que representava a companhia naquele perfil de internet.
“O que ela pode fazer, caso depois seja condenada a pagar alguma indenização por danos morais, é cobrar esse valor do suposto autor do post e demiti-lo por justa causa.”
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