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Com site chamado Participatório, governo tem desafio de atrair jovens para rede social 'oficial'

Rede social Participatório quer estimular produção de conteúdo "sobre, para e pela" juventude - Reprodução
Rede social Participatório quer estimular produção de conteúdo 'sobre, para e pela' juventude Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

17/07/2013 07h48

A ideia parece boa: um site nos moldes de redes sociais voltado aos jovens brasileiros. Nesse espaço virtual, os participantes são estimulados a produzir conteúdo sobre, para e pela juventude, usando um ambiente integrado às redes já existentes, como o Facebook. Essa é a proposta do Observatório Participativo da Juventude - ou apenas “Participatório”, na versão mais jovem do nome -, lançado oficialmente nesta quarta-feira (17) pelo governo federal.

Para que a ideia seja boa na prática, há dois principais desafios. O primeiro é atrair o público-alvo para uma nova rede social: os jovens internautas já estão cadastrados em mais páginas desse tipo do que conseguem efetivamente usar. O segundo é convencê-los de que eles podem “curtir” uma plataforma chapa branca, promovida pelo governo. 

A SNJ (Secretaria Nacional da Juventude) facilita a primeira parte desse processo, permitindo que o usuário se cadastre com seu perfil do Facebook. Dessa forma, com poucos cliques surge uma nova página que inclui foto (puxada da rede de Mark Zuckerberg), além das seções “Arquivos” , “Blog”, “Favoritos”, “Páginas (Wiki)” e “Vídeos” – todas elas a serem alimentadas pelo criador do perfil.

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    Perfil foi criado com cadastro do Facebook; visual e uso da rede são muito simples

O visual está longe de ser sofisticado, lembrando as páginas da Wikipédia. É tudo bem simples, com cara de “direto ao ponto” e de fácil edição, caso o internauta realmente queira se aventurar em mais uma rede social.

Os conteúdos publicados (caso de posts no blog) apresentam ferramentas associadas ao Facebook, permitindo assim curtir e compartilhar informações neste outro site. A maior rede social do mundo também dá o tom em recursos como enviar uma mensagem ao usuário ou solicitar sua amizade.

Na página inicial do Participatório, é possível acompanhar os debates e vídeos mais recentes, além de comunidades, uma lista com os perfis de usuários e um calendário de eventos. Há também um blog oficial com divulgação de conteúdo de temática juvenil: “Trabalho e Juventude: Condições e Possibilidades”, “O próximo passo para uma boa educação” e “Violência: A maior preocupação da juventude” são alguns títulos dos posts.

O Participatório garante não praticar qualquer tipo de censura, mas o conteúdo deve seguir suas regras de uso (prática adotada por outras redes sociais). “Todos os assuntos são válidos se mobilizam a juventude e os usuários poderão organizar suas comunidades e seus debates, discutindo todos os aspectos das políticas públicas de juventude.”

Protestos 
Apesar da proposta bastante atual, considerando os recentes protestos populares no país, o projeto é de 2011 e começou a ser executado em dezembro de 2012. “Ele é um híbrido entre o formal da academia e a fluidez das redes. E vem ao encontro da percepção da sociedade de que a produção de conhecimento sobre a realidade não pode ficar apartada da própria realidade”, definem os organizadores, com um linguajar que o Facebook provavelmente não usaria.

Nessa mesma página de apresentação, ao explicar por que um jovem usaria esse espaço, o texto se apoia em acontecimentos recentes e diz: “As manifestações de junho e julho demonstram que os jovens e as jovens estão interessados em participar, que querem espaços de escuta.” Agora é esperar para saber se o Participatório conseguirá mesmo ocupar esse espaço. 

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    Na página inicial do site, é possível acompanhar os debates e vídeos mais recentes