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Governo vai encaminhar mudanças à proposta do marco civil da internet

Sabrina Craide

Da Agência Brasil, em Brasília

17/09/2013 19h10

O governo vai encaminhar propostas de mudanças no marco civil da internet, que tramita em regime de urgência no Congresso Nacional. As sugestões serão formatadas pelo Ministério da Justiça e entregues ao deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), relator da matéria. “Vai ter uma reunião para consolidar, vão ser feitas novas consultas, mas tem que ser logo, porque está em regime de urgência”, disse nesta terça (17) o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Para entender

O que é o marco civil?
Projeto de lei que estabelece "princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil". As determinações do projeto dizem respeito aos usuários de internet, os provedores de conexão, provadores de conteúdo e o governo.
Quais são dos direitos e garantias estabelecidos pelo marco civil?
Os destaques do projeto são: o direito à privacidade, o sigilo das comunicações (salvo em casos de ordem judicial), direito a não suspensão da conexão, a manutenção da qualidade contratada da conexão e informações claras e completas sobre coleta, uso, tratamento e proteção de dados pessoais

Uma das questões que podem ser alteradas, segundo o ministro, trata da retirada de conteúdo de sites, quando ferem direitos autorais. A ideia é incluir um dispositivo para que a retirada só seja obrigatória após decisão judicial. “O problema será de quem postar e não de quem mantém o serviço”, disse o ministro.

Segundo Bernardo, a questão da neutralidade de rede será mantida como está no relatório de Molon. Esse ponto garante a todos os dados que circulam na internet acesso sem distinção de conteúdo, origem, destino ou serviço.

Também há consenso de que a guarda de registros seja feita no Brasil. Ontem (16), o CGI (Comitê Gestor da Internet) se reuniu com a presidente Dilma Rousseff para tratar do projeto de lei do marco civil da internet.

Paulo Bernardo participou do lançamento do Snoa (Sistema de Negociação de Ofertas de Atacado), pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O novo sistema vai permitir a compra, pela internet, de produtos no atacado como torres, dutos, linhas dedicadas, interconexões, acesso local e roaming (itinerância).

Previsto no Plano Geral de Metas de Competição da Anatel, o Snoa vai funcionar como uma bolsa de valores virtual, na qual são negociados insumos de telecomunicações. Os grupos econômicos com poder de mercado significativo vão ofertar seus produtos de atacado no sistema e os interessados emitirão ordens de compra de forma livre e isonômica, remotamente pela internet.

O presidente da Anatel, João Rezende, disse que, além da transparência nas compras por atacado, o novo sistema poderá diminuir o custo de negociação da infraestrutura. “Imagina uma pessoa ter que sair do interior da Bahia para fazer negociação com uma empresa, só de passagem já vai um custo razoável”.

Para o ministro, a mudança pode beneficiar os consumidores, que terão mais ofertas de serviços. “A concorrência sempre faz baixar o preço. Se tem um vendedor em uma região e depois aparece outro, eles vão concorrer entre si”, declarou.

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