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Metade dos moradores de favelas do país tem internet em casa, diz pesquisa

Imagem de 2009 mostra Raphael Cassimiro tentando acessar a internet em seu notebook no morro Santa Marta, no Rio de Janeiro; metade de moradores da favela tem acesso à rede em suas casas, segundo estudo do Data Popular - Rafael Andrade/Folhapress
Imagem de 2009 mostra Raphael Cassimiro tentando acessar a internet em seu notebook no morro Santa Marta, no Rio de Janeiro; metade de moradores da favela tem acesso à rede em suas casas, segundo estudo do Data Popular Imagem: Rafael Andrade/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

30/10/2013 14h22Atualizada em 30/10/2013 21h38

Metade dos moradores de favelas brasileiras tem acesso à internet em seus domicílios, segundo uma pesquisa publicada parcialmente nesta quarta-feira (30) pelo instituto de pesquisa Data Popular. Chamado de "Data Favela", o levantamento tem como objetivo entender os hábitos de consumo das periferias brasileiras. Uma versão completa do estudo será apresentada nesta quinta-feira (31).

O tipo de conexão mais frequente entre os moradores de favela é o de banda larga fixa (57%), seguido do acesso via modem 3G (25%) e pela conexão discada (6%). Consultado pela reportagem, a assessoria de comunicação do instituto informou que os dados não diferenciam conexões compartilhadas.

Tipo de conexão mais comum entre moradores de favela

57% - Banda larga fixa ou cabo
25% - Modem móvel 3G
6% - Discada
9% - Outro
6% - Não sabe ou não respondeu

O estudo mostra que as pessoas dessas áreas são assíduas no uso da rede: 52% dos entrevistados acessam uma vez por mês ou menos a internet. Um pouco menos da metade (47%) informou que nunca acessou a rede.

Num recorte da pesquisa por faixa etária, é possível notar que o acesso à internet por jovens é mais comum: 78% das pessoas com idade entre 16 e 29 anos disseram se conectar à rede. Dentre os usuários com faixa etária entre 30 e 49 anos, 41% afirmaram ser assíduos ao usar a rede. Por fim, 12% dos usuários com 50 anos disseram acessar a rede.

“Existe um desejo de interação impressionante nas favelas. Além de buscarem informações sobre o que acontece no mundo, as pessoas, especialmente as mais jovens, usam a internet para expor o seu dia a dia na comunidade”, explica Renato Meirelles, diretor do Data Popular, em comunicado enviado à imprensa.

Redes sociais mais pop* entre moradores de favela

Facebook - 85%
Orkut - 22%
Twitter - 15%
WhatsApp - 12%
Instagram - 11%
Linkedin - 4%
  • * Porcentagem de moradores de favela que disseram ter perfil nas redes sociais citadas

Outro ponto mostrado pela pesquisa diz respeito à popularização do contato com a internet por meio de celulares: quatro entre dez entrevistados afirmaram usar a rede por meio de telefones móveis.

Mesmo assim, a forma mais comum de acesso à rede é por meio de computadores de mesa (66%), seguido de notebooks ou netbooks (24%). Apenas 4% disse que entram na internet por meio de tablets.

Redes sociais mais populares

A rede social mais usada entre os moradores de favela é o Facebook: 85% dos entrevistados disseram ter perfil no site criado por Mark Zuckerberg. Na sequência do ranking vem o Orkut (22%), Twitter (15%), WhatsApp (12%), Instagram (11%) e Linkedin (4%).

Compartilhamento de internet

Um em cada dez entrevistados admitiu compartilhar sinal de internet com seus vizinhos. No entanto, dentre as pessoas consultadas, um quarto afirmou que conhece alguém na favela que compartilha rede usa a conexão de quem mora perto.

SAIBA COMO INSTALAR ROTEADOR PARA USAR REDE WI-FI EM CASA

Em um estudo recente do próprio Data Popular, o instituto de pesquisa estimou que cerca de 7 milhões de brasileiros usam internet Wi-Fi do vizinho. A prática é mais comum entre pessoas de classe média.

Metodologia

A pesquisa foi feita em 63 comunidades das regiões metropolitanas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Foram entrevistadas pessoas com mais de 16 anos entre os dias 21 e 30 de setembro de 2013. O projeto "Data Favela" é uma iniciativa do Data Popular com a Cufa (Central Única de Favelas).