Topo

Brasil é mercado propício para o aplicativo Lulu, diz diretora da empresa

Deborah Singer, diretora de marketing do Lulu, diz que foram investidos US$ 3,5 milhões no app - Divulgação
Deborah Singer, diretora de marketing do Lulu, diz que foram investidos US$ 3,5 milhões no app Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

28/11/2013 20h54Atualizada em 29/11/2013 10h37

Nos últimos dias, muito se falou na internet brasileira sobre o aplicativo Lulu, que permite às mulheres avaliarem anonimamente os homens – desde seus amigos no Facebook até completos desconhecidos. A criadora do Lulu, Alexandra Chong, 32, e a diretora de marketing da empresa, Deborah Singer, 29, vieram dos Estados Unidos ao Brasil nesta semana para marcar oficialmente a estreia local do aplicativo, que ganhou versão em português no último dia 20.

Em entrevista por telefone ao UOL Tecnologia, Deborah afirmou que Brasil é o um mercado propício para esse tipo de ferramenta, pois a adesão às redes sociais é muito grande e as mulheres são early adopters (aderem cedo a novas tecnologias). Além disso, mencionou o “cenário de relacionamentos” e a vida noturna agitada do país.

“Sabíamos que o aplicativo faria sucesso no Brasil, mas não tão rápido”, afirmou, sem revelar o número de downloads do app.  Segundo ela, muitas usuárias brasileiras acessam o programa cerca de nove vezes ao dia – “praticamente toda vez que acessam o celular”, brinca. Sem especificar números, ela garantiu que nos Estados Unidos a quantidade de acessos é menor.

Questionada se esse não seria um sucesso passageiro, ela afirmou que o objetivo não é só conquistar as usuárias, mas também mantê-las. Ela garante que a estratégia vem dando certo, como mostram os nove meses de funcionamento do Lulu na língua inglesa.

  • 16868
  • true
  • http://tecnologia.uol.com.br/enquetes/2013/11/29/o-que-voce-acha-sobre-o-aplicativo-lulu-para-mulheres-avaliarem-os-homens.js

Deborah disse ainda que a empresa está contratando funcionários por aqui. Por enquanto, emprega um total de 30 pessoas – além da matriz nos Estados Unidos, há um escritório em Londres. O Lulu ainda não dá lucro, mas a diretora afirma que fundos de investimento, inclusive brasileiros, já colocaram US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 8,1 milhões) na companhia.

Polêmica

A diretora se recusou a comentar um processo aberto no Brasil por um usuário insatisfeito. Ela enfatizou que o programa funciona de acordo com as leis dos Estados Unidos e agora do Brasil, lembrando que os homens podem bloquear seus perfis para não serem avaliados.

No Lulu, ao contrário de outras redes sociais, os perfis não são criados pelos próprios usuários. Essas informações são “puxadas” do Facebook, sem que eles tenham sequer conhecimento.

As mulheres (gênero definido no perfil do Facebook) podem então fazer a avaliação de forma anônima, sem que os homens tenham chance de retrucar – o máximo que eles podem fazer é trocar a foto exibida e escolher algumas frases prontas que os definam.

O UOL Tecnologia questionou se este não é um sistema cruel, no qual o homem tem pouca chance de defesa caso a avaliação seja negativa. “Se alguém não gosta, é porque não entendeu como a ferramenta funciona”, respondeu, enfatizando que é possível impedir a avaliação do perfil. 

  • Divulgação

    Alexandra Chong teve a ideia de criar o Lulu; aplicativo foi disponibilizado nos EUA em fevereiro

O sistema de avaliação conta com um questionário e diversas hashtags (frases marcadas pelo símbolo #) para descrever os homens – #NãoSabeApertarUmParafuso, #NãoÉBabaca, #UsaRider e #AmigoDoEx estão entre os exemplos. A criação desses termos e tradução do programa foram feitas pela agência brasileira de mídia digital Babushka, que trabalha com o Lulu há cerca de três meses.

Não há intenção de desenvolver um aplicativo só para homens, como seria a proposta do programa brasileiro Tubby (nome do personagem Bolinha, em inglês).

O Lulu foi criado em fevereiro deste ano, nos Estados Unidos. A ideia surgiu em um encontro de Alexandra com as amigas, depois do dia dos namorados (comemorado em 14 de fevereiro nos EUA), quando elas passaram horas conversando. Alexandra teria percebido que ao falar sobre homens, o tom da conversa mudava – foi aí que viu uma oportunidade.

A ferramenta diz ter o objetivo de dar poder às mulheres para elas tomarem decisões inteligentes em relação aos homens.