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Jovem de SP afirma que site de sexo usou suas fotos 'roubadas' do Facebook

Universitária Laís Gomes Fernandez afirma querer encorajar a denúncia de casos parecidos - Arquivo Pessoal
Universitária Laís Gomes Fernandez afirma querer encorajar a denúncia de casos parecidos Imagem: Arquivo Pessoal

Rafael Motta

Do UOL, em Santos (SP)

10/12/2013 14h07Atualizada em 10/12/2013 19h31

Há cerca de um mês, os pais de uma estudante universitária de São Vicente (65 km de São Paulo) foram informados sobre a existência de um perfil da jovem em um site de sexo. Laís Gomes Fernandez, 20, afirma ter tomado um susto com a notícia, dizendo que as imagens foram pegas de sua página no Facebook e de seu computador pessoal. A jovem buscará na Justiça uma indenização e a identificação dos responsáveis pelo uso indevido do conteúdo.

Com a ajuda de um advogado, o perfil criado em fevereiro foi removido do site que se intitula “a maior rede social de sexo e swing do mundo”. No entanto, uma conta parecida criada em julho continua no ar – a estudante tentará removê-lo.

Os pais de Laís souberam da primeira página pelo dono de um estacionamento do qual são clientes, no centro de São Vicente. O empresário lhes forneceu o endereço e eles foram ao portal, onde viram o nome da filha associado a fotos dela. As imagens eram originais (uma delas mostrava Laís no sofá da sala em uma festa de Natal) e não continham conteúdo pornográfico.

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Assim que a família descobriu o perfil, um irmão de Laís criou uma conta no site e denunciou aquela página. “Eles agradeceram pelo contato, mas não tiraram o conteúdo do ar”, disse a estudante.

Remoção
Representante do caso, o advogado José Roberto Chiarella orientou a família a procurar um cartório. Eles pagaram R$ 392 por uma ata na qual constavam as imagens do site, e o advogado usou este documento para contatar a administração do portal. Com isso, o falso perfil foi removido na semana passada – segundo o advogado, 15 minutos após o contato.

Depois disso, foi descoberto outro perfil no mesmo site com fotos da jovem. A página foi criada em julho e está “congelada”: não é possível postar conteúdo novo, interagir nem publicar comentários. Laís também tentará removê-lo. “Tem comentários que não escrevi, como 'olha meu sabadão', numa das fotos. Há mensagens de gente querendo marcar encontros comigo. Queremos saber quem foi e como puni-lo”, afirma a estudante.

Chiarella prepara um pedido à Polícia Civil, para que sejam identificados os computadores de onde foram criados os perfis não autorizados de Laís. Os criadores dessas páginas podem responder na Justiça por uso indevido de imagem e serão alvo de indenização por danos morais.

Denúncia
Em entrevista ao UOL Tecnologia, Laís disse que a tentativa de condenar judicialmente os autores dos perfis visa encorajar a denúncia de casos parecidos. “Estou procurando estágio [em Engenharia Mecânica] e isso poderia prejudicar minha imagem. Quero deixar claro que não fui eu.”

“O legal é que a Laís teve o apoio da família. Não fosse isso, o caso poderia chegar ao extremo de ela se fechar e atentar contra a própria vida”, declara Chiarella.

Em novembro, uma jovem de 16 anos foi encontrada morta em Veranópolis (176 km de Porto Alegre). De acordo com a polícia local, ela teria se matado após descobrir que uma foto dela, na qual aparecia seminua, foi veiculada em uma rede social.

O que diz o site
Leandro Gomes, diretor de relacionamento do site Sexlog, onde os perfis de Laís foram criados, comentou o caso por e-mail a pedido do UOL Tecnologia. Ele afirmou que “as informações de cadastro são garantidas em sigilo por direito constitucional e somente são repassadas à justiça ou [à] polícia específica quando solicitado por meios legais”.

“É comum recebermos denúncias como essas [...]. O nosso procedimento operacional padrão para estes casos é bloquear [o perfil] de imediato, após o recebimento da denúncia, independentemente de ordem ou solicitação judicial e policial”, prossegue.