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Curitiba quer multar taxistas que atenderem a corridas via aplicativos

Do UOL, em São Paulo

17/01/2014 17h07Atualizada em 20/01/2014 19h18

A cidade de Curitiba quer multar motoristas de táxi que atenderem clientes de aplicativos móveis não cadastrados na Urbs (Urbanização de Curitiba), empresa que controla o transporte público da cidade. De acordo com a assessoria de comunicação da companhia, nenhum aplicativo para chamar táxi tem cadastro formal para operar na capital do Paraná.

"Taxistas que utilizam aplicativos de empresas não cadastradas estão sujeitos a penalidades previstas na lei de regulamentação da atividade em Curitiba. Uma vez notificado, o taxista é alertado de que está incorrendo em infração que poderá resultar em multa”, informa a Urbs em comunicado.

Questionada sobre as penalidades que os motoristas podem sofrer, a assessoria de comunicação da companhia não soube informar o valor da multa a qual os taxistas estão sujeitos.

Procurada pela reportagem, a Easy Taxi, desenvolvedora de aplicativo de taxi, afirmou que não concorda com o cadastro, pois não é uma empresa de taxi, mas de tecnologia. “O aplicativo tem como objetivo facilitar o contato entre os usuários e os motoristas. Vemos essa exigência de cadastro como um protecionismo, que impede o desenvolvimento de soluções inovadoras para esse modal de transporte”, informou a companhia.

O Taxijá, que diz ser o primeiro aplicativo a começar a operar em Curitiba, afirmou em comunicado que o “problema envolvendo o serviço prejudica o cidadão e inviabiliza um serviço mais ágil, seguro e eficaz para a população”. A desenvolvedora do programa móvel ainda informou que não há registro de reclamações de passageiros sobre o serviço na cidade.

A 99Taxis disse que nunca foi notificada pela URBS sobre irregularidades e que a companhia de transporte público de Curitiba "está agindo contra os interesses dos taxistas e da população, pois ambos apoiam o serviço".

Tanto EasyTaxi como Taxijá informaram que estão abertos para diálogo com as autoridades para resolver a situação.

A empresa que cuida do transporte de Curitiba defende que o cadastro dos aplicativos é “essencial para a segurança do cidadão”. “Sem que a empresa esteja regularizada no município, o usuário não terá a quem recorrer em caso de problemas com o táxi chamado.”

Funcionamento dos aplicativos

Os aplicativos de taxi cadastram profissionais de uma cidade e verificam se eles estão com a situação regularizada. Após isso, as informações são disponibilizadas em uma versão do programa específica para usuários. Dessa forma, o usuário consegue pedir uma unidade baseado em sua localização. Algumas companhias cobram R$ 2 do taxista por cada corrida arranjada pelo aplicativo.

Cooperativas de táxi, que estão perdendo clientes com a ascensão dos aplicativos, defendem que esses serviços passem por um processo de regulamentação parecido com o deles. O argumento utilizado pelas cooperativas é que os programas móveis fazem o mesmo trabalho de mediação entre taxistas e clientes e, portanto, eles devem ter um processo parecido.