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União Europeia pede que controle da web deixe de ser centralizado nos EUA

Neelie Kroes, da Comissão Europeia, pede em documento diluição do controle da internet - Stephanie Lecocq/Efe
Neelie Kroes, da Comissão Europeia, pede em documento diluição do controle da internet Imagem: Stephanie Lecocq/Efe

Do UOL, em São Paulo

12/02/2014 14h15Atualizada em 12/02/2014 14h40

Em função das recentes revelações de espionagem, a União Europeia, em documento divulgado nesta quarta-feira (12), informou que espera que o controle da internet seja diluído entre as nações, e que não fique apenas nas mãos dos Estados Unidos.

O documento assinado pela Comissão Europeia, instituição independente que defende os interesses do bloco econômico, pede a substituição do Icann (órgão sediado nos Estados Unidos que define os endereços da rede) por um grupo internacional.

"A internet deveria manter-se única, aberta, livre, sem fragmentações e sujeita às mesmas leis e normas que são aplicadas em outras áreas de nossa vida diária. A governança da rede deveria ser inclusiva, transparente e multilateral", informa o documento da Comissão Europeia.

Neelie Kroes, comissário responsável por telecomunicações, defende que o bloco deve ser atuante no projeto de tornar o controle da rede mundial de computadores mais plural. "A Europa deve contribuir de forma plausível na governança global da internet. O continente deve exercer um forte papel na definição do que a internet do futuro será."

Diferente de propostas sugeridas por China e Rússia, que pedem que a rede tenha um tipo de controle em cada país, a União Europeia espera que a governança da rede seja internacional e descentralizada. O bloco econômico depende do apoio de seus 28 membros para levar adiante o projeto de diluir o controle da rede.

Segundo o “The Telegraph”, ter o apoio de todos os membros não deve ser difícil, em função das revelações do ano passado sobre a facilidade com que agências americanas têm acesso a dados de milhares de cidadãos.

No ano passado, documentos vazados por Edward Snowden, ex-analista da NSA (Agência Nacional de Segurança), apontaram que os Estados Unidos tinham acesso a milhões de informações de ligações de usuários e que o país espionou políticos da União Europeia.

(Com “The Telegraph”)