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Homem ultraconectado diz ter perdido 45 kg com a ajuda da tecnologia

Imagem mostra diferença de Chris Dancy. A foto da esquerda foi tirada em 2012, enquanto a da direita é de 2014. Dancy diz que perdeu 45 kg após começar a usar sistemas de monitoramento  - ChrisDancy/Flickr
Imagem mostra diferença de Chris Dancy. A foto da esquerda foi tirada em 2012, enquanto a da direita é de 2014. Dancy diz que perdeu 45 kg após começar a usar sistemas de monitoramento Imagem: ChrisDancy/Flickr

Do UOL, em São Paulo

02/04/2014 06h01

O norte-americano Chris Dancy, 45, trabalha como cartógrafo e ganhou notoriedade na mídia internacional por ser chamado de o “homem mais conectado do mundo”. O título deve-se aos mais de 20 aparelhos que utiliza para monitorar seus hábitos e ambientes domésticos.

Ele controla a qualidade do sono, a forma como envia e-mails, a quantidade de imagens que registra com seu smartphone, além de tudo o que bebe e come. “Perdi 45 kg”, resumiu Dancy em entrevista por e-mail ao UOL Tecnologia. Apesar de não detalhar como a tecnologia influenciou este processo, ele conta que começou a fazer o monitoramento ao notar que seu médico tinha dificuldade em reunir os dados do paciente.

Além dos dispositivos que veste, seus dois cachorros usam coleiras que permitem saber o quanto eles se exercitaram, sua casa tem controladores de temperatura e qualidade do ar. Ao todo, ele estima que utiliza 700 sistemas, entre dispositivos, aplicativos e serviços online para monitoramento.

Dancy deixou o emprego recentemente e diz estar concentrado apenas na saúde e no bem-estar, usando para isso tecnologias de monitoramento (apesar de citar marcas, ele não divulga nenhuma empresa como parceira ou patrocinadora dessa iniciativa).

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

UOL Tecnologia: Quando começou a história de você ser chamado de o “homem mais conectado do mundo”?

Chris Dancy: Começou com uma entrevista que dei à “Bloomberg”. Eles me deram esse nome e depois essa ideia foi sendo replicada em outros sites especializados em tecnologia como “Mashable”, “Wired”, entre outros.

Mas a razão é que costumo usar 11 sensores diariamente [pulseira para monitorar atividade física, dispositivo para medir o sono, um acessório que ajuda a manter a postura, entre outros].

Tenho ainda outros, porém não os utilizo com frequência. Ao todo, tenho cerca de 20 sensores diferentes que conectam itens da minha casa. Alguns sites calcularam que uso 700 sistemas para monitorar minhas atividades – este número, na verdade, é a soma dos equipamentos, aplicativos e serviços online que utilizo.

UOL Tecnologia: Como a tecnologia o ajudou a melhor sua saúde?

Dancy: Eu perdi 45 kg em 20 meses. Fiz isso, basicamente, com o auxílio de dispositivos e sensores que me ajudaram a entender meu padrão de vida e a mudar meus hábitos.

Após ter começado a usar os monitores de saúde, passei os seis primeiros meses apenas observando como eu me alimentava para depois tomar alguma ação. Monitorei também como eu me sentia antes e depois de comer.

UOL Tecnologia: Quantos gadgets você tem? Quais são seus favoritos?

Dancy: Tenho cerca de 23. Gosto do iPhone 5S, do Google Glass, da pulseira FitBit [que mede a atividade física], da Narrative Camera [uma câmera vestível que tira imagens de tempos em tempos] e do relógio inteligente Pebble.

Quanto aos aparelhos que tenho em casa, curto o Nest [termostato controlado via Wi-Fi], o Beddit [um acessório instalado na cama que ajuda a medir o sono], a pulseira Tagg [ajuda a saber como está a atividade física dos cachorros] e os sensores Cube [que monitoram a qualidade do ar, temperatura e de umidade do local].

UOL Tecnologia: Quais gadgets você considera os mais importantes para as pessoas? Quais você recomendaria?

Dancy: Nenhum dos dispositivos vestíveis executa bem a função de ajudar as pessoas a entenderem seus padrões de saúde. É tudo muito novo. Porém, se alguém quiser começar, recomendo a Fitbit, que tem uma ótima interface, e as pulseiras inteligentes. Outros sensores ficam com os dados trancados [não se conectam com outros aplicativos] e são difíceis de usar. 

Chris Dancy em uma sessão de fotos realizado em Tóquio, no Japão. Dancy é considerado uma das pessoas mais conectadas do mundo - ChrisDancy/Flickr - ChrisDancy/Flickr
Chris Dancy em uma sessão de fotos realizado em Tóquio, no Japão. Dancy usa sistemas para monitorar saúde e cômodos de casa
Imagem: ChrisDancy/Flickr

UOL Tecnologia: Você monitora uma série de aspectos de sua vida. Não se preocupa com privacidade? Essas companhias sabem muito sobre você...

Dancy: Creio que é papel de cada pessoa ter o controle de seus dados. Temos uma grande quantidade de informações disponíveis, mas nós poderíamos usar isso como moeda de troca com essas companhias.

UOL Tecnologia: Você acha que os eletrônicos vestíveis vão se popularizar?

Dancy: Há muitas iniciativas interessantes em sites como o Kickstarter e Indiegogo, mas não acho que os vestíveis ficarão populares como os PCs ou smartphones -- pelo menos não da forma como eles estão hoje.

As pessoas querem aparelhos que criem uma espécie de painel de suas atividades e comunicações e, atualmente, não é essa a realidade dessa categoria de equipamentos.