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Planos de internet móvel custam a partir de R$ 10; dicas ajudam a escolher

Escolha de plano de internet móvel exige cuidado e pesquisa de cobertura de operadoras - Arte UOL
Escolha de plano de internet móvel exige cuidado e pesquisa de cobertura de operadoras Imagem: Arte UOL

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

03/04/2014 06h01Atualizada em 03/04/2014 11h40

Com a popularização dos smartphones, os usuários sentem cada vez mais necessidade de planos de internet móvel para acessar a internet - é possível pagar a partir de R$ 10 mensais por esse serviço. O difícil é saber qual tipo de plano escolher, mas as dicas de especialistas consultados pela reportagem podem ajudar nessa decisão.

A maioria das companhias oferece atualmente dois tipos de conexão à internet: 3G e 4G. A primeira, que leva esse nome por ser a terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel, alcança até 1 Mbps (Megabit por segundo) de velocidade. Já a segunda, que é a quarta geração, atinge velocidades até 5 Mbps (Megabits por segundo). Elas podem ser usadas em qualquer lugar, desde que haja cobertura, e têm uso limitado (após utilização de uma determinada quantia de dados, a velocidade é reduzida).

Há também as conexões Wi-Fi, que consistem em uma conexão por cabo ou telefone, compartilhada por um roteador. Esse tipo de acesso é geralmente gratuito e não tem um limite de dados. No entanto, seu uso é pontual (próximo do roteador): em casa, no trabalho ou em estabelecimentos comerciais. Algumas operadoras também têm espalhado redes Wi-Fi  pelas cidades como alternativa de conexão a seus clientes.

 

Tipo de plano: pré ou pós-pago?

  • Pré-pago

Os planos pré-pagos têm a vantagem de serem baratos e oferecerem mais controle (você sabe antecipadamente quanto gastará). No entanto, a franquia de dados costuma ser baixa -- cerca de 10 MB (Megabytes) por dia, o que seria suficiente apenas para utilizar o Twitter por pouco mais de cinco minutos.

A vantagem desse plano é o controle: é garantido que a cada dia o usuário terá acesso a essa quantia de dados garantida (ao todo serão 300 MB/mês). Após atingir esse limite, a velocidade do acesso sofre redução.

“Se você adere a um plano pré-pago e gasta logo a quota, vai ficar a ver navios. Porém, com pouca conexão, é possível ainda bater papo em programas de mensagem”, afirma Eduardo Tude, da consultoria Teleco.

Há vários tipos de planos. Alguns cobram a partir de R$ 10 por mês e oferecem durante o período uma franquia de 200 MB (dá para navegar no Instagram, Twitter, Facebook ou até se dar ao luxo de ouvir música online, mas apenas 20 minutos no Netflix gastariam todo esse pacote mensal). A vantagem desse plano é que ele dá mais autonomia ao consumidor, apesar de a quantidade de dados ser menor por dia (cerca de 6,6 MB/dia). 

“É importante lembrar que, dependendo das condições, o usuário pode usar o smartphone em uma rede Wi-Fi em casa, no trabalho ou num restaurante. Isso o ajudará a economizar no uso de dados da rede de telefonia móvel”, disse Tude.

O usuário deve ficar atento à lógica dos planos. Novos clientes devem ativar o serviço de internet ligando para um número da operadora ou acessando diretamente um aplicativo que use a internet. Já usuários antigos, na maioria das empresas, já estão automaticamente cadastrados.

Diante dessas condições, o consumidor deve ficar atento se tem saldo suficiente (lembrando que a pessoa pode gastar seus créditos com mensagens e chamadas) e tomar cuidado se não está usando internet sem querer: como o smartphone tem muitas atualizações, é possível que, automaticamente, o recurso de internet seja usado.

  • Pós-pago

Já em planos pós-pagos, a franquia de dados é maior – o que dá mais conforto para o assinante usufruir de serviços mais pesados. Os planos mais baratos têm preços que variam entre R$ 60 e R$ 75 por mês, e o limite de dados para download começa em 300 MB, em geral.

O lado “negativo” de um plano pós-pago é o compromisso, pois essa conta passa a ser um gasto fixo. No entanto, o usuário costuma ter mais vantagens junto à operadora, como descontos em aparelhos ou alguns programas de benefícios.

O que vou usar?

A principal dificuldade para determinar o perfil de consumo do usuário, sobretudo os mais novos, é calcular o tráfego consumido por cada atividade. Para isso, recomenda Tude, é interessante que a pessoa instale algum aplicativo para acompanhar o consumo de dados após a contratação do plano (ele pode aderir a um pré-pago para isso, antes de tomar a decisão “final”).

Entre os apps que prometem essa medição estão o MyData Manager (iOS e iPhone), DataWiz (iOS e Android), Onavo Extend (iOS e Android) e Data Sense (Windows Phone).

Os perfis de consumo traçados em sites de operadora, geralmente, contam com um plano inicial com cerca de 300 MB (acessar e-mails e rede sociais), um intermediário com 1 GB (permite ouvir música e vídeo online) e o topo de linha com mais de 2 GB, recomendado para quem usa todos esses recursos ou adota o aparelho como roteador (dividindo a conexão de internet com outros eletrônicos).

Se uma pessoa quer usar apenas WhatsApp e conta com conexão Wi-Fi na maioria dos lugares que frequenta, por exemplo, ela não precisa ter um plano pós-pago.  “O usuário também tem de ser esperto e deixar algumas atividades apenas em ambiente Wi-Fi, como atualização de sistema e aplicativos”, ensina Tude. 

Cobertura

Além da questão do bolso, a escolha de um plano envolve o nível de cobertura. “Para escolher uma operadora, o usuário não pode só pensar na franquia, mas quanto de acesso terá na região onde usará o serviço”, afirmou Rodrigo Filev, professor de ciência da computação do Centro Universitário da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

Para isso, o professor recomenda que os usuários consultem amigos, páginas com reclamações de consumidores (como o reclameaqui.com.br e o Procon de sua cidade) e a página das próprias operadoras. Ao acessá-las, basta colocar o endereço e saber o nível de sinal da operadora em determinada localidade.

A cobertura de sinal está disponível na página de cada operadora: Vivo, Claro, TIM e Oi

3G ou 4G?

O início da disponibilidade de redes 4G tem feito com que operadoras ofereçam diretamente planos com velocidade ultrarrápida para quem comprar um aparelho novo compatível com esta tecnologia. Em média, os planos que oferecem internet ultrarrápida (com promessa de até 5 Mbps) partem de R$ 70 mensais.

O problema do 4G é a área de cobertura. Por estar no começo, a disponibilidade é limitada geograficamente. Quando essa tecnologia não chega até o aparelho, ele acaba utilizando a rede 3G – por isso, não é interessante pagar a mais pelo novo tipo de conexão, caso ela ainda esteja inacessível em seu bairro.

“A expectativa é que aumente a cobertura, mas atualmente há poucos bairros e poucas localidades”, afirma Filev, da FEI. Para ele, o usuário deve antes ter certeza se os locais que ele frequenta têm a cobertura de internet ultrarrápida.

O lado positivo de haver poucos usuários e pouca disponibilidade, por enquanto, é o nível de sinal. “A rede ainda tem pouca gente e, quando há sinal, oferece boas taxas de transferência, chegando a 10 Mbps”, disse Tude.