Topo

'O antivírus está morto e só 45% das pragas são detectadas', diz executivo

Do UOL, em São Paulo

05/05/2014 17h19

Cerca de 25 anos após a invenção dos softwares antivírus, um executivo da Symantec declarou o fim desses programas  como os conhecemos, em entrevista ao “Wall Street Journal”. As novas tecnologias lançadas pelas empresas do setor já tentam remediar os efeitos dos ataques cibernéticos em vez de preveni-los.

“O antivírus está morto”, disse ao jornal Brian Dye, vice-presidente sênior de segurança da informação da Symantec. Isso porque as táticas usadas por esses softwares para proteger os computadores estão fadadas ao fracasso.

Feitos para evitar que hackers invadam as máquinas, atualmente eles raramente cumprem esse objetivo. A maioria dos softwares funciona a partir da checagem de uma lista de códigos maliciosos comumente usados em golpes – uma tecnologia criada no final dos anos 80 e que pouco mudou desde então.

Semelhante ao “sistema imunológico” humano, o antivírus protege mais eficientemente a máquina contra ameaças já conhecidas. Quando novas pragas são criadas por hackers, o sistema fica vulnerável.  “Os antivírus atuais só pegam 45% dos ciberataques”, estimou Dye.

Em vez de prevenir, remediar

Agora, em vez de tentar impedir o acesso dos cibercriminosos, as empresas do setor de segurança já trabalham em soluções para identificá-los e minimizar os danos aos usuários.

A Symantec, por exemplo, criou um time de resposta a ataques a empresas e planeja vender estudos sobre ameaças cibernéticas específicas. Dessa forma, as empresas “podem saber não só que estão sendo atacadas, mas também o porquê”.

Outras companhias já têm produtos capazes de escanear as redes em busca de códigos maliciosos que já passaram pela primeira linha de defesa do software, além de softwares que “plantam” dados falsos nos firewalls para distrair os cibercriminosos.

Apesar da declaração, o executivo afirmou que a empresa não pretende aposentar o software Norton, “mas expandir a linha de produtos”. “Se os clientes estão mudando a tática da proteção para a de detecção e resposta, o crescimento virá da detecção e resposta”, opinou Dye.