Moto E cobra R$ 529 para trazer usuários novatos para mundo dos smartphones
O Moto E nasceu para ser o “smartphone do povo”. Com especificações de hardware honestas, o aparelho da Motorola tem a proposta de melhorar a experiência de celulares inteligentes de entrada – uma missão na qual a fabricante já vem obtendo êxito com seu popular Moto G. O Moto E tem alguns problemas, mas para um smartphone que custa a partir de R$ 529, ele se sai bem na missão (com suporte a dois chips e TV Digital, a versão testada pela reportagem custa R$ 599).
Design
O design do Moto E é um dos chamarizes. Mesmo sendo um dispositivo considerado barato, ele tem uma boa pegada, proporcionada pela capa emborrachada traseira e um acabamento sóbrio.
Por padrão, ele vem com uma capa preta. No entanto, é possível comprar Motorola Shells (como são chamados os acessórios coloridos) separadamente. Quem comprar a versão dual-chip com TV (como a testada pela redação) ganha duas capas.
Os fatores físicos e estéticos que incomodam no Moto E são uma barra metálica na parte frontal (que indica o alto-falante) e a espessura (com 1,23 cm, é um pouco “gordinho”). Porém, nada muito grave.
A tela de 4,3 polegadas tem uma qualidade aceitável. O tamanho é bom, mas a sensibilidade do display não é das melhores. Isso pode ser comprovado ao jogar algum game que exija precisão no toque ou arrastando rapidamente o dedo sobre a tela. Em ambos os casos, ela dá uma leve engasgada.
Recursos e aplicativos
Equipado com o sistema operacional Android 4.4 (KitKat), o aparelho executa sem nenhum problema os aplicativos mais baixados no Google Play, como WhatsApp, Facebook, “Candy Crush” e Instagram. Durante os testes, não houve surpresas comuns em smartphones baratos Android, como travamento ou fechamento repentino das aplicações.
A TV Digital do aparelho não exibe imagens em alta definição, mas é possível ver tranquilamente programas da TV aberta, consultar a grade da emissora (quando elas fornecem esse tipo de informação) e gravar a programação (dez minutos do filme “Mudança de Hábito 2”, exibido na “Sessão da Tarde”, consumiram 24 MB de memória interna).
Se a intenção for armazenar muito conteúdo, o usuário deve ficar atento: a capacidade do aparelho é bem pequena (apenas 4 GB). Uma solução para o problema pode ser a compra de um cartão de memória de até 32 GB.
Câmera ruim
Usuários que gostam muito de tirar foto podem se decepcionar com o Moto E, pois esse é seu principal calcanhar de Aquiles. Equipado apenas com uma câmera traseira com sensor de 5 megapixels, o smartphone só tira fotos boas em ambientes ideais: a pessoa deve segurar bem firme o aparelho e captar cenas em locais claros.
Caso não haja firmeza na hora do clique, há grandes chances de a imagem sair desfocada.
O que ajuda a deixar as fotos menos piores é o editor de imagem presente no próprio sistema operacional. Com ele, é possível aplicar filtros parecidos com os do Instagram, que em alguns casos, literalmente, salvam as imagens.
Vale a pena?
Para quem nunca teve um smartphone, o Moto E é uma ótima solução, pois cumpre bem a tarefa de ser um celular inteligente de entrada e que fornece uma boa experiência com aplicativos famosos. Soma-se a isso o fato de ele ter TV digital (segundo as marcas, os brasileiros adoram o recurso) e uma tela grande sensível ao toque.
Os que já têm uma experiência com smartphone, no entanto, podem ficar decepcionados com o pouco armazenamento, o sensor ruim da câmera e os engasgos na tela.
Outro fator que o interessado em comprar o aparelho deve levar em conta é o preço do Moto E comparado ao do Moto G (o antigo smartphone mais barato da marca). A versão mais cara do Moto E custa R$ 599, enquanto o Moto G mais barato custa R$ 649.
O Moto E tem como vantagem a TV digital, suporte a dois chips e a cartão de memória. A versão mais barata do Moto G oferece espaço de armazenamento limitado (8 GB) e não tem TV digital, mas seu processador é melhor, e a tela (de 4,5”) também tem qualidade superior. Em outras palavras, o Moto G é mais potente, mas o Moto E pode levar vantagem entre aqueles que querem assistir à TV em qualquer lugar.
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