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Escolas de SP alertam pais e alunos sobre uso do polêmico aplicativo Secret

Logotipo do aplicativo Secret; programa chegou oficialmente ao Brasil em maio - Reprodução
Logotipo do aplicativo Secret; programa chegou oficialmente ao Brasil em maio Imagem: Reprodução

Juliana Carpanez

Do UOL, em São Paulo

21/08/2014 06h01

A popularização do aplicativo Secret no Brasil, registrada nas últimas semanas, vem causando muita polêmica – isso porque ele permite a divulgação de frases e fotos sem revelar a identidade dos usuários. Além de processos e de uma determinação judicial para a remoção do programa, algumas escolas paulistanas passaram a trabalhar com pais e alunos para evitar problemas ligados à nova plataforma.

Como o aplicativo promete manter o anonimato, não bastam as tradicionais dicas para uso seguro das redes sociais. Isso porque informações pessoais e fotos podem ser postadas por conhecidos mal-intencionados, mesmo que a vítima não tenha aderido ao Secret. O consultor de marketing Bruno Machado, 25, por exemplo, só ficou sabendo da divulgação de uma foto íntima ao ser alertado por amigos.

 “Algumas pessoas têm usado esse aplicativo para expor terceiros de modo vexatório, depreciativo com conotação de ciberbullying ou ainda com conotação sexual. A direção do colégio [...] sugere aos senhores que, entre outras medidas que julgarem prudentes, tenham uma atenção especial ao uso desse aplicativo por seu/seus filho/s”, diz um comunicado do Colégio Marista Arquidiocesano, encaminhado para os pais na semana passada.

Em entrevista por e-mail ao UOL Tecnologia, a escola negou que tenha enfrentado problemas com o uso do aplicativo. Mas informa que faz parte de seu papel discutir com os pais e alunos o uso ético e responsável das redes sociais, além das consequências causadas por essas ferramentas.

Sala de aula
Também atento à popularização do Secret, o colégio Santo Américo levou essa discussão para a sala de aula. Até o final desta semana, cerca de 480 estudantes do ensino fundamental 2 vão conversar nas aulas de Orientação e Formação sobre esse programa.

Um grupo de seis alunas do ensino médio se ofereceu para abordar o assunto com os mais jovens (de 11 a 14 anos). “A experiência está sendo muito proveitosa. A aula começa com essas alunas falando sobre o Secret, seus riscos e os cuidados no uso. Depois, elas retornam para suas salas, e a discussão com os mais jovens continua”, afirmou a diretora Regina Tocci di Giuseppe, responsável pelo departamento de orientação e formação ética do Santo Américo. 

Entre as reflexões propostas está a questão do anonimato, que na prática não pode ser garantida pelo Secret (é preciso usar um número de telefone celular e uma conta de e-mail para se cadastrar). “Agimos rápido. Não adianta proibir o uso ou falar mal, porque essas ferramentas existem e vieram para ficar. É importante ensinar como fazer o uso ético, correto e que não prejudique ninguém", resume Regina.