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Com iPhone maior, Apple chega atrasada (mas a tempo) ao mercado de phablets

Além da tela maior, o iPhone 6 (foto) traz design com bordas arredondas, mais semelhante ao da concorrência - Marcio Jose Sanchez/AP
Além da tela maior, o iPhone 6 (foto) traz design com bordas arredondas, mais semelhante ao da concorrência Imagem: Marcio Jose Sanchez/AP

Ana Ikeda

Do UOL, em São Paulo

10/09/2014 06h01

Usuários de iPhones poderão, enfim, matar a inveja que tinham de amigos que usavam "phablets", categoria de smartphones com telas entre 5 e 7 polegadas. A Apple lançou nesta terça-feira (9) os iPhones 6 e 6 Plus, que marcam a estreia tardia da empresa neste mercado repleto de Androids e Windows Phones. No Brasil, no entanto, os “iPhonões” chegam a tempo para conquistar vendas (e o gosto) dos usuários. 

A consultoria IDC estima que, apenas em 2013, cerca de 2,2 milhões de phablets foram vendidos no Brasil, o que representa 6% do total do mercado nacional de smartphones. Para este ano, a projeção é a de 5 milhões desses dispositivos sejam vendidas por aqui, chegando a 10% do mercado.

Com tela de 4,7 polegadas, o iPhone 6 é “quase” um phablet, mas ainda assim visivelmente maior que o iPhone 5s, da geração anterior, com 4 polegadas.

Já o iPhone 6 Plus, com tela de 5,5 polegadas, é o exemplo típico da categoria de smartphones grandes, que conta com integrantes como Samsung Galaxy Note (5,7 polegadas), Galaxy S5 (5,1’’), Nokia Lumia 1520 (6’’), Sony Xperia Z3 (5,2’’)  e LG G Flex (6’’).

Os “iPhonões” devem atender, principalmente, usuários que não acham confortável navegar na internet, ler notícias e digitar em telas menores. Há ainda o “público gamer”, que busca dispositivos com tela de alta resolução (além de maior) para jogos com gráficos mais robustos.

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“A Apple poderia ter lançado smartphones maiores um pouco antes, porque há algum tempo os consumidores desejam algo mais próximo de um computador e não queriam mais pagar R$ 2.000 por algo com tela pequena”, avalia Leonardo Munin, analista de mercado da IDC.

O iPhone 6 desbloqueado nos EUA custa US$ 649 (16GB), US$ 749 (64 GB) e US$ 849 (128GB). O modelo 6 Plus sai, desbloqueado, por US$ 749 (16GB), US$ 849 (64 GB) e US$ 949 (128GB).

Com contrato de dois anos, o iPhone 6 de 16 GB sairá por US$ 199 (cerca de R$ 454), enquanto o iPhone 6 Plus de 16 GB custará US$ 299 (R$ 683). A expectativa é que no Brasil o smartphone "top de linha" possa chegar por, no mínimo, R$ 2.800, preço cobrado pelo iPhone 5s quando foi lançado.  

Esse tipo de lançamento, no entanto, era “impensável” há alguns anos. “Steve Jobs [cofundador da empresa] nunca botou fé neste tipo de dispositivo, e também era difícil acreditar que as pessoas iriam usar algo tão grande junto à orelha”, brinca Munin.

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Já Lucas Longo, diretor-executivo do iai? (Instituto de Artes Interativas) e um dos pioneiros em cursos de desenvolvimento para iOS no país, vê como natural a chegada “mais tarde” da Apple ao mercado de phablets. “Foi assim em outras ocasiões. Quando o iPod foi lançado, já existiam outros MP3 players e, com o iPhone, também. A diferença é que os dispositivos chegam depois, mas melhores.”

iPhones “velhos” saem ganhando

No Brasil, outra vantagem para a Apple com a chegada dos iPhones 6 e 6 Plus é o “empurrão” nas vendas de smartphones das gerações anteriores, que costumeiramente têm o preço reduzido nessas ocasiões. “Historicamente, o iPhone mais vendido no Brasil é sempre o mais antigo e de menor preço”, diz Munin. $escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-infografico','/2014/tabela-iphones-1410290650405.vm')

O consumidor brasileiro também se diferencia por basear a compra na percepção que tem da marca, muito mais do que na especificação técnica do hardware, lembra o analista da IDC. “O brasileiro costuma ver a Apple como a melhor marca, com os melhores produtos, e acaba comprando na base da confiança.”

Longo concorda que a decisão de compra vai além da “confusão numérica” das configurações. “Não creio que as pessoas comprem um smartphone pela câmera de 22 megapixels. Elas deveriam procurar então uma câmera, não um celular”, ironiza.

Apple Watch

Se a estreia no mercado de phablets ocorre um tanto atrasada, não é possível dizer o mesmo, na avaliação dos especialistas, em relação ao Apple Watch, primeiro relógio inteligente da fabricante. É também a primeira vez que a Apple lança uma nova categoria de produtos no seu portfólio desde a morte de Jobs, em 2011.

Embora outras empresas tenham lançados modelos há pelo menos um ano, as vendas desses dispositivos do “mercado de vestíveis” ainda são incipientes em relação número de celulares inteligentes. Em 2013, segundo a IDC, foram vendidos cerca de 1,5 milhão desses dispositivos. Só no segundo trimestre deste ano, 330 milhões de smartphones foram vendidos. $escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2014/apple-watch-1410308218078.vm')

“Mesmo que a Samsung tenha relógios inteligentes no mercado há mais tempo, só recentemente outras fabricantes lançaram modelos, entre elas a Motorola, na semana passada, e a LG, há pouco mais que isso”, lembra Munin.

Longo crê que o Apple Watch chegou a ofuscar o lançamento dos novos iPhones. “Ele chamou mais atenção que os smartphones. O sensor de batimento cardíaco embutido, o botão não intrusivo e até mesmo o recarregamento sem plugues mostram a diferença em relação aos concorrentes.”