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Ofertas de novo leilão 4G vão ser abertas nesta terça-feira; entenda

Com faixa de frequência das TV analógicas, operadoras poderão oferecer sinal 4G instalando menos antenas de transmissão - Thinkstock
Com faixa de frequência das TV analógicas, operadoras poderão oferecer sinal 4G instalando menos antenas de transmissão Imagem: Thinkstock

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

30/09/2014 06h01Atualizada em 30/09/2014 12h27

A Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) abriu nesta terça-feira (30), por volta das 10h (horário de Brasília), as propostas das operadoras da faixa de frequência de 700 MHz, usada atualmente para transmitir sinal de TV analógico. Com esse “espaço livre”, as operadoras podem melhorar a cobertura 4G, desafogar a conexão 3G e levar sinal de internet móvel rápida para áreas rurais.

A Claro, TIM e Vivo arremataram os três principais lotes para operar internet 4G no Brasil. A Claro arrematou o lote 1 pagando R$ 1,947 bilhão. Pelo lote 2, a TIM pagou R$ 1,947 bilhão e a Telefônica/Vivo comprou o lote por R$ 1,927 bilhão. Anteriormente, a Oi afirmou que não iria participar da negociação.

Apesar da realização do leilão neste ano, as operadoras só vão poder começar a oferecer sinal 4G nessa faixa um ano após todas as TVs pararem de transmitir o sinal de TV analógica.

Segundo o Ministério das Comunicações, o desligamento começa em 2016 e termina em 2018. Portanto, apenas em 2019 deve começar a ter a exploração comercial do 4G na faixa de 700 MHz.

“A vantagem da faixa de 700MHz é que, por ser ‘mais baixa’, as operadoras precisam de menos torres para atingir uma área maior”, explicou Eduardo Tude, da consultoria de telecomunicações Teleco. Atualmente, o 4G brasileiro funciona na faixa de 2,5 GHz.

De acordo com Tude, o crescimento do uso da banda larga móvel vai exigir que as operadoras tenham cada vez mais “pedaços” de frequência. “Numa questão de anos, elas devem precisar de todas disponíveis. O próximo passo deve ser desligar o 2G.”

Como funciona o leilão?

As propostas das operadoras Telefônica/Vivo, Tim, Claro, Algar Telecom (CTBC) foram entregues na última terça-feira (23). Estão sendo oferecidos três lotes (“pedaços de frequência”) nacionais e três regionais.  O preço mínimo por um lote de abrangência nacional é de aproximadamente R$ 2 bilhões e os de abrangência regional variam entre R$ 5 milhões e R$ 1,8 bilhão.

Após a leitura das propostas, as empresas têm um tempo (cinco minutos) para expressar se querem cobrir o valor oferecido. Os vencedores terão a concessão por 15 anos e ainda devem investir em filtros para evitar que não haja interferência na faixa da TV digital.

Uma das surpresas da entrega das propostas foi a ausência da operadora Oi no leilão. A companhia informou que não participaria, pois já oferece 4G na faixa de 2,5 GHz e que seguirá investindo em sua estrutura de telecomunicações para melhorar os serviços já oferecidos.

“A Oi avaliou que para ela não é um bom negócio. Preferiu investir em sua rede, fazer um upgrade no Brasil todo em sua rede fixa e investir mais em suas estruturas 3G e 4G. Nesse quadro, não vale a pena investir em um lote frequência”, explica Tude.

Como fica meu smartphone 4G com a nova frequência?

De acordo com Eduardo Tude, da Teleco, os smartphones oferecidos no mercado brasileiro atualmente não suportam o sinal 4G de 700 MHz. No entanto, o usuário não deve se preocupar, pois apenas em 2019 as operadoras devem começar a oferecer conexões nessa faixa de frequência.

Outra dúvida comum referente ao assunto é se smartphones comprados nos Estados Unidos, que usam a frequência de 700 MHz para o 4G, funcionarão no mercado brasileiro. “As faixas são as mesmas, no entanto, a canalização do sinal adotada pelo Brasil é diferente. Logo, um aparelho norte-americano não funcionará no país”, afirmou.