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Médicos constatam primeiro caso de vício em Google Glass nos EUA

Homem aciona comando colocando os dedos em seu Google Glass, nos EUA; um funcionário da Marinha foi detectado com uma doença por usar o acessório vestível - Andrees Latif/Reuters
Homem aciona comando colocando os dedos em seu Google Glass, nos EUA; um funcionário da Marinha foi detectado com uma doença por usar o acessório vestível Imagem: Andrees Latif/Reuters

Do UOL, em São Paulo

15/10/2014 17h27Atualizada em 16/10/2014 13h24

Um grupo de médicos de San Diego, Califórnia (EUA), publicou um estudo constatando o primeiro registro de um paciente viciado no acessório Google Glass. O homem, que não teve o nome divulgado, tinha uma espécie de mania de tocar o lado dos olhos, onde é acionado um comando do gadget do Google.

O estudo, cuja íntegra está à venda no site "ScienceDirect" (em inglês), diz que o rapaz de 31 anos deu entrada em um programa da Marinha dos Estados Unidos para viciados em álcool e outras substâncias. No entanto, foi constatado que o homem fazia movimentos involuntários no local onde os óculos ficam, mesmo sem utilizar o acessório.

O homem usava os óculos Google Glass por mais de 18 horas ao dia. Além disso, ele relatou aos médicos que ele ficava muito irritado e frustrado quando não estava vestindo o dispositivo.

O rapaz relatou que começou a usar o acessório para melhorar seu desempenho no trabalho. Com o Google Glass, ele conseguia, por exemplo, consultar rapidamente o inventário de veículos usados pela Marinha.

"Não há nada de mau com o Google Glass em si. O fato é que há pouco a ser feito sobre esse tipo de 'ataque'. O problema dos vestíveis é que eles fazem você estar em um mundo particular, apesar de fisicamente você estar em um determinado lugar", explicou Andrew Doan, um dos autores do estudo.

Para tratar a “mania”, os médicos submeteram o paciente a ficar 35 dias sem uso de álcool, cigarros e dispositivos eletrônicos. De acordo com o estudo, os sintomas diminuíram, mas ainda não foram totalmente neutralizados.

O vício em internet não é considerado uma doença mental pela associação de psiquiatras dos Estados Unidos. No entanto, alguns especialistas acreditam que o problema deve ter um tratamento especial, o que levou à abertura de um centro de tratamento no país. Em países asiáticos, já existem centros de reabilitação para viciados na rede mundial de computadores.

(Com “Guardian” e “Time”)