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Redmi Note, da Xiaomi, tem hardware ótimo, mas sistema não funciona no país

Redmi Note é o primeiro "phablet" da chinesa Xiaomi; aparelho tem tela de 5,5 polegadas e bom hardware - Divulgação
Redmi Note é o primeiro "phablet" da chinesa Xiaomi; aparelho tem tela de 5,5 polegadas e bom hardware Imagem: Divulgação

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

20/10/2014 06h00

A fabricante chinesa Xiaomi não lança muitos smartphones durante o ano. Porém, quando o faz, tenta seguir a regra de ser um dispositivo com bom hardware e com preço acessível. Esse é o caso do Redmi Note, o primeiro “phablet” da marca e que é uma espécie de concorrente do “Galaxy Note”, da Samsung. 

O aparelho, que não é vendido no Brasil (apesar de a marca sinalizar vir para o mercado nacional), tem configurações de um aparelho topo de linha, mas seu uso por aqui é limitado, pois o sistema foi todo feito para a realidade chinesa. Acompanhe a seguir os principais destaques:

Hardware

Lançado em julho deste ano, o Redmi Note é o primeiro phablet da marca chinesa. Vendido por cerca de US$ 350 (cerca de R$ 850), ele tem um processador octa-core (com oito núcleos) de 1,4 GHz, 8 GB de armazenamento (expansível com cartão de memória), 2 GB de memória RAM e tem tela de 5,5 polegadas HD.

Impressiona no aparelho a fluidez com que roda aplicativos e a bateria do smartphone. Após acessar redes sociais com internet móvel, receber e enviar mensagens no WhatsApp, tirar fotos, baixar e jogar games, o nível de bateria estava em 30% durante 24 horas de uso. Dependendo do usuário, o smartphone consegue aguentar dois dias sem recarga.

Em parte, o bom desempenho da bateria tem relação com o número de núcleos presentes no processador. Dependendo do tipo de tarefa, o dispositivo se adequa e utiliza os núcleos conforme a complexidade da aplicação.

O aparelho conta apenas com três botões físicos (dois de volume e um para ligar/desligar o gadget) e é todo feito de plástico. No entanto, após um tempo carregando o dispositivo na mão, ele passa a impressão de ficar gorduroso. É estranha a situação. Inclusive, foi relatado o mesmo problema em fóruns de discussão. No fim das contas, uma capinha resolve.

O conjunto de câmeras é ok. Na traseira, o RedmiNote tem um sensor de 13 megapixels, enquanto na parte frontal há um de 5 megapixels. As imagens tiradas ficaram satisfatórias. O dono do aparelho deve ficar atento, pois a memória interna é muito pequena (só 8 GB) e o espaço pode ser rapidamente ocupado por vídeos e fotos. É recomendável também colocar um cartão de memória. 

Software

Um dos destaques da Xiaomi é a personalização do sistema Android que eles fazem chamada MiUI (interface gráfica Mi), mas o diferencial são os recursos feitos específicos para o público chinês.

Interface gráfica MiUI no Redmi Note; aparelho tem versão modificada do sistema Android - Reprodução - Reprodução
Interface gráfica MiUI no Redmi Note; aparelho tem versão modificada do sistema Android
Imagem: Reprodução

Um dos mais interessantes é conseguir identificar chamadas telefônicas de números desconhecidos. Graças a uma conexão com uma espécie de “linhas amarelas” chinesa, o telefone consegue informar quem está ligando. No Brasil, ele só mostra o Estado e a cidade do autor da chamada.

Além disso, ele conta com um anti-spam de chamadas e SMS. Basta marcar determinado número, que ele já bloqueia automaticamente. Infelizmente, esse recurso não funciona no mercado brasileiro.

Outro problema é a loja de aplicativos própria do sistema. Os programas não são necessariamente os mesmos presentes na Google Play (loja de apps do Android). A maioria dos aplicativos famosos está por lá (WhatsApp, Facebook, Linkedin, Twitter, etc).

O Instagram não estava disponível nos primeiros dias de teste. No entanto, milagrosamente, apareceu o aplicativo para download. A possível razão é que a rede foi bloqueada na China por um tempo.

O MiUI tem uma área apenas com jogos e isso, talvez, seja uma dos recursos mais legais. Com um pouco de esforço e intuição (baixando para ver no que dá), foi possível achar quase todos os clássicos do arcade da década de 90 gratuitamente: Metal Slug, Street Fighter, The King of Fighters, entre outros. Sem contar que é possível fazer download do Flappy Bird, que saiu do ar nas principais lojas.

Conclusão

No fim das contas, usar o RedMi Note feito para funcionar na China não é tão ruim, pois é possível fazer a maioria das funções presentes num dispositivo Android. O que incomoda é que tudo está na língua de origem do telefone.

Aguardemos se a Xiaomi venderá aparelhos no Brasil e se trará esse dispositivo com preços tão baixos, como esse que custa cerca de US$ 350.