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Xerifes dos EUA pedem que Waze desligue função que mostra blitz policial

Imagem mostra captura de tela do aplicativo Waze. Nele, os usuários podem informar quando há blitze policiais - Ted Bridis/AP
Imagem mostra captura de tela do aplicativo Waze. Nele, os usuários podem informar quando há blitze policiais Imagem: Ted Bridis/AP

Do UOL, em São Paulo

26/01/2015 12h14

Xerifes dos Estados Unidos estão fazendo uma campanha para que o Google, dono do aplicativo de GPS colaborativo Waze, desligue a função que mostra quando há policiais ou blitze por perto. Eles argumentam que essa função do aplicativo coloca a vida deles em risco, pois pessoas mal-intencionadas podem localizá-los facilmente e até matá-los. As informações são da agência de notícias AP.

Apesar de não haver nenhum tipo de ocorrência de ataques policiais realizados pela localização do Waze, Sergio Kopelev, vice-xerife de um condado no sul da Califórnia, disse ser uma questão de tempo para que criminosos usem esse recurso para atacá-los

No Waze, os usuários podem informar quando há carros de polícia "visíveis" ou "escondidos" em determinada localidade. Um ícone de polícia é inserido no mapa, mas não há detalhes se os oficiais estão lá para fazer teste de embriaguez, se estão monitorando a velocidade dos motoristas ou se estão, simplesmente, estacionados em um local para almoçar.

Julie Mossler, porta-voz do Waze, disse que a empresa pensa constantemente em medidas de segurança. Além disso, informou que o aplicativo cede informações ao Departamento de Polícia de Nova York. "Esse relacionamento [com a polícia] mantém cidadãos seguros, ajuda no atendimento a emergências e a aliviar o tráfego", disse.

O xerife Mike Brown, presidente da Associação Nacional dos Xerifes, disse que a função de "monitoramento da polícia", como ela chama o recurso, representa um perigo para o cumprimento da lei.

"A comunidade policial precisa coordenar um esforço para que o Google [dono do Waze] haja com responsabilidade e remova esse recurso, antes que ocorra algo pior", disse Brown.

Em comparação, Nuala O'Connor, presidente do Centro de Democracia e Tecnologia, um grupo que defende liberdades civis, disse que não considera apropriado o Waze remover esse recurso.

"Não acho legítimo tirar um recurso alimentado pelos próprios usuários, usando como justificativa que ele dificulta o cumprimento das leis", afirmou. O que mais preocupa Nuala, diz, é o tanto de informação que o Waze compartilha com órgãos públicos, pois o programa monitora constantemente a localização das pessoas.